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Friday, August 09, 2024

Dia triste, mas tem final feliz (no texto).

Hoje tivemos a infeliz notícia da queda de uma aeronave ATR 72-500 operada pela VoePass e que faleceram 61 pessoas. Lamento muito o ocorrido e espero que os familiares de todos fiquem em paz.

Esse tipo de assunto sempre me chama à atenção e toca profundamente, desde criança. Mas nunca tive perdas na família em acidentes de qualquer natureza, nem de carro, ônibus, moto ou avião. De onde vem isso?

Desde pequeno sempre fui muito ligado na aviação e por coincidência moro a cerca de 2km de um aeroporto aqui em Belo Horizonte. Cresci ouvindo os motores dos aviões e vendo-os decolando, pousando e passando em cima da minha casa.

Seria, mesmo, uma coincidência?

Existe um profundo sentido iniciático nisso e gostaria de compartilhá-lo com você,

Quando criança, com enorme frequência sonhava que estava pilotando aviões de caça norte-americanos na II Guerra mundial. Tinha sonhos em que todos falavam inglês e eu entendi perfeitamente; e também falava assim. Mas sempre tive um pouco de receio de entrar em avião.

Dizia que seira motorista de ônibus, mas colecionei todos os capítulos de uma revista de aviação militar; assisti muitas vezes aos documentários sobre a Força Aérea Americana e a Alemã durante a Guerra; assisti muitas vezes a filmes cujo tema eram tripulações de bombardeiros da época da Guerra; sempre tive grande atração pelo jazz daquela época, em particular, que era tocado no rádio e muito popular entre militares norte americanos.

Sem contar o meu carinho e fascínio pela Esquadrilha da Fumaça, desde criança.

Seriam coincidências? Ou reminiscências?

Quando minha mãe morreu, em 1992, eu tive o último sonho voando P-51D sobre a Alemanha, escoltando dezenas de bombardeiros B-17 e B-24 sobre alvos civis e militares alemães; combatendo caças Messerschmitt 109 e FockeWulf 190; a seguir atacando pistas de pouco e outros alvos no solo.

Lembro que quando eu fui fazer o alistamento militar, cheguei a ir até a base aérea, que era perto da minha casa e conversei com o soldado da portaria. Ele até me falou o dia do recrutamento, que eu seria bem vindo. Falou que todos que viessem seriam admitidos.

Mas eu não queria cortar meu cabelo (meu motivo foi esse), então não fui.

Teria sido mais feliz na carreira militar? Não sei dizer, talvez sim.

Teria sido mais útil ao mundo e às pessoas? Provavelmente sim.

Depois de muitos anos, os sonhos voltaram sem motivo algum.

E um deles me fez sentir a mesma coisa que senti quando decidi não me alistar na FAB. No sonho, eu comunicava, muito alegre, à minha família que tinha me alistado na Força Aérea e iria para a guerra. Eles ficaram arrasados, pediram para eu recnunciar a isso, mas era irreversível.

Esse exato sentimento tomou a forma de "não quero cortar meu cabelo". Bastante curioso.

Numa outra ocasião, sonhei que estava voando com alguns alunos num treinador T-6, após uma manobra normal os controles travaram e eu bati no chão, sendo jogado para fora do avião. No caso, a alma foi lançada para fora e o corpo ficou queimando no que restou da aeronave.

Supondo que sejam lembranças de uma vida anterior verídica, como explicar que um ex assassino autorizado pela lei (a chamada guerra) se tornou coordenador regional das atividades de uma Ordem Iniciática chamada Ordem do Ararat, fundada pelo ser mais doce que esse mundo já viu (Prof. Henrique José de Souza, ou AKBEL em sua forma cósmica)?

Não seria mais lógico que uma pessoa que tenha tido vidas passadas corridas em meio a misticismo e espiritualidade tivesse esse posto, ao invés de mim?

Não seria. E a prova disso é que não é assim que a realidade está estruturada.

E nisso reside um profundo significado iniciático.



O som desse motor é pura música para os meus ouvidos. Engraçado que muitos pilotos dizem a mesma coisa. Muitas vezes eu consigo até lembra da vibração e do som em diferentes condições de potência e altitude, da sensação de ser invencível numa aeronave muito rápida e ágil; de seguir o líder o mais perfeitamente possível e o quanto a minha obstinação, perfeccionismo, disposição e persistência vêm daí. Coincidências muito curiosas.


O que, de fato, é a reencarnação?

Para entender esse verdadeiro mistério, é preciso adotar um outro sistema de coordenadas, opr assim dizer.

A alma reencarna quando tem suficiente estabilidade para tal, mas o sujeito que é formado na encarnação só existe enquanto aquele corpo viver. Quando ele morre, literalmente aquela pessoa deixa de existir, restando dela as tendências - afinidades, aversões, medos, desejos, vontades, forma preferencial de resolver as coisas, forma como se aproxima ou afasta de pessoas e objetos etc.

São aquilo que em psicologia poderíamos considerar "perfil de personalidade", isto é, a combinação única de trações de personalidade que todos temos. E são também as lembranças esparsas daquilo que vivemos.

Reconhecer aeronaves pelo som do motor, se emocionar com o seu rugido, lembrar vagamente de estar voando muito alto, o ar frio na máscara, olhando para fora buscando o inimigo são reminiscências que restaram. Fortes emoções que foram vivenciadas de modo a resistirem à morte.

Não lembro meu nome, meu esquadrão, se eu tinha família ou não. Mas de tempos em tempos volta o sonho em que todos falávamos inglês naturalmente, em casas de família de classe média no interior dos EUA... há muito tempo atrás.

Até mesmo para um antigo instrutor de pilotagem militar (que evidentemente morava na base aérea), reencarnar e ir morar mais ou menos perto do aeroporto/base aérea pode não ser tão coincidência assim.

Antes de te explicar a profunda iniciação, mais um ponto sobre a reencarnação. 

Primeiro, que além da suposta encarnação voando P51 B e D, existiram outras, provavelmente no oriente, seguindo Buda e outros iluminados; participando intensamente e ao longo de muitas vidas dos processos místicos e iniciáticos ligados à Obra. Atuando junto aos Adeptos, instruindo pessoas menos experientes na senda iniciática, a exemplo dos Cavaleiros de Ouro retratados na obra prima Saint Seyia e Saint Seyia: The Lost Canvas.

Talvez esse passado iniciático justifique o que eu sou hoje (um coordenador regional de atividades de ordem iniciática)? Talvez.

Aí existe um profundo sentido iniciático. O que uma pessoa tão ligada à Obra fria voando aeronave de combate durante a Guerra?

Parece ter sido um baita desvio de missão. 

Algo que não deveria ter acontecido; e por isso terminou mal.

Mas, Ari, por que os EUA?

Porque antes de realizarem testes nucleares nos arredores das embocaduras do Sistema Geográfico que exisitia no Novo México, eram, ainda parte da chamada Missão Y. Acredito já ter emitido meu parecer a respeito no podcast História do Quinto Sistema de Evolução.

Isso quer dizer que membros da Obra que antes estavam encarnados no oriente passariam a nascer no ocidente, mais especificamente nos EUA. Mas uma vez que a Missão Y foi comprometida, acredito desde que Blavatsky foi dada como morta na Batalha de Mentana, sendo substituída por um tulku muito menos capaz, a Missão Y veio enfraquecendo e nesse processo muitos dos que nasceram lá nos EUA até meados dos anos 1970 acabaram se perdendo; desviando de suas missões originais.

Talvez tenha sido o meu caso.

Essas pessoas estão reencarnando no Brasil. Curiosamente elas só podem ser brasileiras, também em virtude da Missão Y. E têm sido, seja de pais eubiotas ou não.

Para fechar essa conversa estranha, pobremente embasada em "vozes da minha cabeça", um segundo conhecimento iniciático bastante profundo diz respeito à chamada Mônada, ou Espírito.

O piloto que talvez eu tenha sido faleceu. Mas se estivesse vivo até hoje, eu também poderia estar. E nós dois seríamos "eu". Ou nós 3, 4, 7... até 49.

Isso não quer dizer que cada um seria 1/7, 1/3 ou 1/49 da Mônada porque ela é indivisível. Seriam cópias feitas a partir de um original, com diferentes características, apesar de muitas semelhanças. São os chamados tulkus, quando se trata de pessoa evoluída.

A Mônada não é uma coisa - é um fenômeno.

O nosso mundo é incapaz de dar conta de muitas situações porque stá amparado em coisas mais que em fenômenos. Uma pessoa que se apaixona está vivendo um fenômeno - o da paixão. Isso explica melhor a relação entre as pessoas do que a adoção de comportamentos de posse, subentendendo que o outro seja, ao menos conceitualmente, uma coisa e não um sujeito em relação a outro em virtude de um fenômeno.

Sociedades evoluídas como as de Agartha e Duat estão constituídas sobre fenômenos e não sobre coisas.

Aquilo que importa e é guardado com cuidado, manipulado com atenção é o fenôemono, ou os elos invisíveis que unem e orientam as pessoas e demais seres. Não lhes importa o aspecto físico das coisas, mas os fenômenos a elas relacionados. Não são, a rigor, materialistas, enquanto insistimos nesse tremendo erro conceitual.

Para fechar essa conversa intrigante, alguns pontos para reflexão.

Muitas pessoas dizem ter sido reis e nobres europeus. Se foi o caso, elas têm reminiscências dos bastidores da nobreza, ou se guiam por aspectos estéticos das figurações cinematográficas de tais sociedades? Elas sonham falando fluentemente idiomas que elas não consguem falar quando acordadas?

Elas se motivam e comportam a exemplo do que os nobres de outrora eram?

Isso porque aquilo que as séries e filmes mostram não chega nem perto da realidade medieval europeia... da sujeira, escuridão, cores feias, roupas mal cortadas, enfim... coisas da época.

Falando em figurações, nas histórias infantis a princesa aguarda ansiosa que o príncipe encantado tenha mérito suficiente para vir salvá-la do dragão malvado.

O dragão são as nidânas, ou tendências negativas e destrutivas que temos.

O príncipe é a alma, sobretudo as tendências positivas e construtivas.

A princesa é a própria Mônada.

Quando o princípe vence o dragão (o sujeito vence instintos inferiores, tendências negativas etc), se torna apto a "viver feliz para sempre" com a princesa. Isto é, a eucaristia, fenômeno em que a Mônada traz a alma para si, formando com ela uma só coisa.

Ou seja, ela deixa de se manifestar através de 2, 3, 4 cópias diferentes e se torna uma coisa só com a alma que logrou mérito suficiente para tal. A alma passa a ter todo o potencial da Mônada, tornando-se um tipo de super-humano. E a Mônada ganha a capacidade de realizar diretamente aquilo que gostaria de fazer.

Filme com final feliz.

Legal, né?


Thursday, July 11, 2024

O invisível aos olhos é sensível ao coração (e vice-versa)

 


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O quanto uma pessoa é verdadeiramente espiritualizada pode ser inferido a partir da sua relação com o meio ao seu redor, em especial considerando questões espirituais, como variações na expressão da bondade, maldade, sensibilidade, inteligência, empatia etc.

Tudo aquilo que transcende o indivíduo pode ser considerado, de certo modo, espiritual.

Um grupo de pessoas relacionadas entre si, por exemplo, expressa maior espiritualidade do que uma pessoa em separado. A mente é coletiva, sendo, portanto, o individualismo uma ilusão.

Mesmo entre pessoas que vivem isoladas em meio à natureza, ninguém está de fato sozinho; os famosos ascetas (ou Munis) das tradições orientais, pessoas de inacreditáel desenvolvimento intelectual, emocional, espiritual que viviam isolados em cavernas e florestas nunca estiveram, de fato, isolados.

A mente é coletiva e portanto eles sentiam-se ligados a todas as pessoas da Terra; e até mesmo aos animais, plantas e tudo mais ao seu redor. Estavam integrados ao passado, presente e futuro; ao calor, ao frio, a todos os ciclos naturais e até certo modo capazes de sentir, em seu próprio corpo e mente os movimentos dos planetas, cometas e outros corpos celetes como sentimos o ar fluindo através da nossa traquéia indo e vindo dos pulmões.

Um grupo de pessoas não é espiritual por causa daquilo que as pessoas do grupo conversarm ou fazem; ao contrário, elas conversam e fazem aquilo que a mente coletiva lhes faculta fazer e dizer.

A mente coletiva tem um ritmo próprio, uma vida própria imposto aos sujeitos.

Se por algum fenômeno atmosférico a quantidade de oxigêncio caísse para 1/100 do valor atual, é provável que todos nós e a maioria das formas vivas moerram, como aconteceu quando o oxigênio substituiu o enxofre, nitrogênio e outros compostos que constituiam a atmosfera primitiva da Terra.

Isto é, uma imposição nem sempre se trata de uma ordem ou convenção humana. Aliás, aquilo que os humanos combinam entre si é o que de mais fraco existe na ordenação universal das imposições.

Uma estrela impõe que os planetas a orbitem, queiram eles ou não. E em virtude da sua massa e da massa dos planetas (o seu "jeito de ser planetário", por assim dizer), o planeta seguirá órbitas bastante erspecíficas às quais não caberá, de sua parte, recurso impetrado em contrário. A estrela é soberana.

Se nesse planeta existe um grupo de pessoas que duvida da existência do sol, que tenham sorte em sua vida. A estrela continuará ordenando as órbitas dos planetas e lhes ditando o destino, incluindo aqueles sobre a superfície do qual conspiravam, vaidosos, contra a estrela que lhes deu a vida.

E do ponto de vista da estrela, tanto faz se gostam dela, ou não; se acreditam nela, ou não; se algo teriam a dizer a ela, ou não. Ela seguirá soberana impondo a todos as consequências de suas emanações e de sua gravidade.

Pouco importa, à estrela, se as pessoas se machucam sobre a Terra; se constroem casas ou carros; se brigam, mentem, traem ou enganam umas as outras; se são felizes; se têm algo a comemorar... isso não importa para a estrela, cuja consciência poderia estar associada à sua gravidade e calor, ou como os antigos diriam, Fohat (gravidade) e Kundalini (calor).

A própria consciência da estrela é quem faz possível a mistura de Fohat e Kundalini, ou seja, a "verdadeira" estrela não é a que vemos no céu, mas uma outra existente à luz das consciências, como se num plano que permeia o nosso sem nele tocá-lo.

Uma vez que tal plano ou realidade é composta por energias, ciclos ou até mesmo partículas que não interagem com os prótons, neutrons e elétrons que nos constituem, é natural que seja-nos completamente invisível. Só é possível ver uma estrela porque a sua luz interage com o material do sensor, seja o vidro ou mesmo o olho humano.

Se a luz da estrela atravessasse diretamente a matéria, sem interagir com ela, seria impossível supor a sua existência a partir do plano sensível (dos sentidos). Tudo pareceria escuro e inerte, como ocorre ao olharmos para o espaço interplanetário.

Existem situações em que estes universos se encontram, o que só poderia ocorrer à luz dos processos quânticos. Isso porque se nossa constituição é probabilística ou determinística, os processos quânticos, como a trajetória dos elétrons ao redor do núcleo do átomo são estocásticos, isto é, não podem ser determinados a priori, como são as órbitas de planetas.

Indo ainda mais, poderíamos supor que talvez exista uma realidade em que as possibilidades não-realizadas entrelacem-se formando algo caótico e não-reagente com aquilo que se concretizou, como sendo um tipo de vir-a-ser. 

Os antigos, religiosos e absolutistas como eram, deram a tais coisas os nomes de "Tronos". 

Trono é onde o regente se senta e de lá determina suas imposições, sejam elas boas ou más - sempre absolutas.

O nosso Trono é o chamado Terceiro Trono. Além dele existiria o chamado Segundo Trono e acima deste o Primeiro Trono. Além do Primeiro Trono, nos ensinam os antigos, é impossível determinar devido às nossas limitações de percepção. 

O nosso universo todos conhecemos bem (assim espero) - apenas uma possibilidade concretiza-se por vez. Se jogamos uma boa para o alto, ela cairá somente em um ponto da superfície. Podemo (ou não) determinar, antes de lançar a boa ao alto, onde cairá, mas é certo que ela não cairá em dez lugares simultaneamente.

No chamado Segundo Trono, a bola poderia (ou não) cair. Isso quer dizer, a relação direta entre evento-consequência não está mais tão rigidamente estabelecida, tendo como consequência, o surgimento de um tipo de mente coletiva ou consciência coletiva.

Não existem bolas no Segundo Trono, pois que a existência de bola subentende uma infinidade de relações evento-consequência. Por exemplo, a bola é formada por moléculas, que são formadas por átomos. Ainda que a posição do elétron não seja determinada antes da sua efetiva medição, o átomo é menos estocástico que o elétron.

O átomo possui afinidade eletrônica, isto é, se liga a alguns átomos e a outros, não.

Ainda assim, por exemplo, muitas coisas possuem átomos de carbono e ainda que seja o mesmo tipo de átomo, as diferentes possibilidades de configuração molecular levam a diferentes objetos e materiais.

Mas à medida em que átomos se reuniram em moléculas para formar couro de animal e este forjou uma bola, é razoável assumir que muitos processos determinísticos foram levados a efeito - os átomos da bola não estão desintegrando; nem as moléculas, nem mesmo as órbitas dos elétrons.

Logo, aquilo existente no chamado Segundo Trono não pode ser algo material nos termos em que concebemos as coisas materiais.

A consciência, por sua vez, é um ente típico do Segundo Trono. À consciência, por dfefinição, não cabe o seguimento de um traçado pré-determinado. Ou seja, a noção de livre-arbítrio é a própria noção de consciência.

Ilustrando de forma "boba" (fácil de entender, analogicamente): se uma criatura possui conscinência, significa dizer que toma decisões. Alguém que nada decide, seguindo cegamente um caminho sem que sequer se dê conta de que adentrou num determinado caminho e não em outro não pode ser considerado consciente.

A consciência subentende a multiplicidade de realizações possíveis. Por exemplo (de volta a um exemplo bobo): se escolhemos tomar sorvete, ao invés de comer churrasco ou andar de moto, estamos considerando algumas possibildiades (tomar sorvete, andar de moto, comer churrasco, no caso). Não são, a rigor, mutuamente excludentes, mas vamos supor que só pudessemos realizar uma de tais coisas por vez. 

Logo, haveria uma escolha que evidentemente traria consequências diferentes das outras. A consciência não está na seleção ou decisão, mas na percepção de diferentes caminhos e possibilidades.

Ou seja, se a mente é coletiva, tal mente coletiva pode ser denominada consciência, em que cada indivíduo acaba por ser uma particularização (ou decisão) de uma consciência diante de diferentes caminhos  a seguir.

A limitação geográfica e cronológica pode nos impedir de andar de moto e de avião ao mesmo tempo, tendo que escolher qual andaremos primeiro e onde andaremos. Mas à luz de um "vir-a-ser" indiferenciado, tais possibilidades apresentar-se-iam como concorrentes, isto é, presentes simultaneamente, variando em gradação, intensidade mas coexistindo.

Logo, uma criatura viva à luz do Segundo Trono não perceberia a passagem do tempo e nem a separação geográfica; em nossa perspectiva, seria algo como onipresente justamente por não estar limitado (como estamos) ao tempo e ao espaço. Tal criatura decidiria a partir de diferentes critérios se comparados aos nossos, justamente por estarmos limitados pelo tempo e pelo espaço.

Assunto interessante. Já temos acima muito o que refletir a respeito - deve bastar. 


PS - meus sinceros agradecimentos ao Mestre do V Sistema de Evolução que me dissuadiu, da forma elegante como de costume, de redigir o texto que pretendia, no lugar deste. Muito obrigado, Mestre.


Além de não ter com quem conversar...


Nunca me convidam para fazer coisa alguma.

Duas semanas atrás fui convidado para dois velórios diferentes, de dois pais, um deles meu tio.

Eu falo muito sobre a morte, não é mesmo?

Sobretudo da minha própria morte. 

Por muitos anos não entendi essa fixação na morte, em especial na minha, mas agora cho que consigo entender melhor.

Eu não tenho medo de nada, nem mesmo de morrer, mas gostaria de continuar vivo ao menos até os meus filhos se tornarem plenamente adultos. Até o ponto em que não precisem mais de mim ou eu não venha a fazer diferença em suas vidas.

Mas o que acontece depois que morremos?

Existe uma separação de consciências em virtude do falecimento do corpo. Os sentimentos, ideias, lembranças que estavam associadas ao cérebro que morreu deixam de existir imediatamente; as que eram persistentes, como traços de personalidade ou formas de reagir ao ambiente levam mais tempo para se dissiparem e inevitavelmente transformarem em tendências.

Uma alma que separou do corpo há muito tempo não mais trará lembranças da vida anterior - nomes, endereços, situações... mas ainda reagirá exatamente como quando estava em vida.

E a chamada consciência superior, que é algo como o sol para a alma e o corpo... se afasta indo iluminar outro corpo que possua uma alma encarnada; a não ser que a alma (ou seja, o conjunto de tendências persistentes) tenha se desenvolvido de modo a não ser separado da consciência superior, ou espírito.

São bem raros casos de pessoas "eucarísticas", ou seja, cujas almas estão de certo modo vinculadas à centelha espiritual. Tais gentes, com frequência são chamados por "Adeptos da Boa Lei", ou simplesmente "Adeptos".

Costumam ser muito úteis, ajudam a todos, por vezes até se sacrificam em prol do progresso do gênero humano, mas normalmente preferem ajudar sem precisarem se sacrificar no processo.

Quem, de fato, reencarna, é a centelha espiritual, ou Mônada, para utilizar um termo pitagórico). É ela que se mantém intacta entre as diferentes encarnações, se comparada ao corpo que se desfaz e à alma que se desagrega, inevitavelmente.

Quanto mais tempo uma alma demorar para reencarnar, maior a chance de sua degradação se tornar irreversível e ela ser perdida. Mas ao reencarnar, a alma não trará todas as lembranças  e aprendizados de sua vida anterior; mas em linhas gerais, a forma de reagir ao mundo, a inteligência, curiosidade e sobretudo, caráter.

Caráter é um sinônimo de alma e é, também, a característica mais durável deste ente espiritual. Por isso que as doenças de caráter são, a bem dizer, incuráveis.

Quando alguma pessoa de grande valor morre, sua alma pode ser recolhida para regiões astrais que irão reduzir ou impedir que a degradação das memórias e aprendizados ocorra rápido demais. Esse valor não é determinado pelo quanto tal pessoa ajudou ou fez pelas outras; mas pela firmeza de caráter ao longo da vida e pelo grau de sofisticação que exibiu, isto é, o grau de aproximação desta alma à centelha divina (Mônada).

Quanto mais próxima da eucaristia for uma alma, mais valiosa será e mais seres se importarão em guardá-la bem. 

Logo, uma pessoa pode viver em completo isolamento e ainda assim ser, à luz da evolução, muito mais importante do que alguém famoso, que exercia filantropia, descobriu coisas importantes etc.

Fica para uma próxima conversa o quanto o mundo nos convida, cada vez mais, a abdicarmos da busca pela perfeição de caráter e eucaristia a favor de "prêmios" (como likes, inscritos, clientes etc) que fazem sentido na sociedade atual, mas não representam grande coisa à luz da espiritualidade. E o quanto pessoas até bem intencionadas têm perdido encarnações ao se dedicarem excessivamente a tais práticas em detrimento de outras mais espirituais, como o refinamento das atitudes, o predomínio da mente, bondade e intuição em contraposição aos indicadores linguísticos, idiomáticos, iconográficos e semânticos de sucesso cocnebidos à luz de "influeciadores digitais" e grandes corporações. Coisas aí para pensar.

Simbolicamente, a eucaristia tem sido representada pelas princesas dos contos de fadas, que ficam encasteladas, submetidas a torturas, dragões, bruxas malvadas sendo salvas por príncipes encantados em seus cavalos brancos.

A princesa é uma figuração da própria Mônada, ou razão-de-ser das coisas vivas; aquilo que coloca a matéria em movimento e sem a qual há a morte, em todos os sentidos. O castelo é o corpo causal, ou invólucro energético que funciona como interface entre o plano espiritual e o intermediário, ou astral.

Deveria existir um castelo para o príncipe, que representa a alma, com seus instintos domados e purificados (o cavalo branco), que enfrenta o mundo material (os desafios, dragões, bruxas, florestas sombrias etc), até encontrar a princesa. Isto é, se fazer digno dela e com ela "viver felizes para sempre".

Ou seja, eucaristia.

Voltando ao dia em que irei morrer e a impossibilidade de adiantamento dele.

Evidentemente eu serei vítima de alguma coisa idiota. Tipo um alimento estragado, algo bobo, imprevisível e inevitável assim.

Já morri e revivi em vida muitas vezes, mas fisicamente ainda sou o mesmo.

Assim que o cérebro deixa de funcionar, é como um grande reinício de tudo, caso ele seja religado.

A tecnologia médica atual não é capaz de fazê-lo, mas pode ser que daqui a muito tempo isso seja viável. Mas curiosamente, o mundo evoluirá tanto até lá que será mais fácil viver 200 ou 300 anos semprecisar ser revivido;  e depois ter nova encarnação do que morrer e ser revivido.

Ao se desligar o cérebro, os condicionamentos e memórias procedurais que foram implantadas durante a infância serão apagadas. É uma espécie de "reset".

Em nosso tempo, dada a impossibilidade de reviver o cérebro, aquele que morre perderá tudo. Mas falando teoricamente...

Seria, talvez, a única forma de reiniciar os processos emocionais, traumas e impecilhos que nos impedem de vivermos plenamente. Repito - atualmente não há retorno para a morte cerebral e aqueles que o fizerem perderão tudo. Mas, falando teoricamente...

Talvez por estar em constante busca por me tornar alguém mais organizado emocionalmente, sempre bata nesse ponto - de condicionamentos e respostas emocionais que eu não consigo mudar, justamente porque foram implantadas quando eu era um bebê e não há mais como acessá-las para mudança.

Existe, claro, como conviver com elas e agir de uma forma um tanto artificial, como alguem que recusa um copo de bebida por ter noção do seu alcoolismo e das consequências de beber um copo de bebida; e não como alguém que recusa o copo por não ter vontade de beber -  o que é bem diferente.

Olhando na perspectiva do sujeito, o que poderia acontecer comigo se eu morresse?

Talvez eu ganhasse uma nova encarnação, num lugar diferente, cercado por pessoas diferentes das que conheci. Seria uma pessoa totalmente diferente pela ausência dos condicionamentos primários da vida atual e sob influência daqueles da nova vida.

Talvez meus pais seriam pessoas que eu nunca vi nessa encarnação, mas que provavelmente conviveram bastante comigo e entre nós dessa forma, em encarnações anteriores. 

Isso porque assumir nova encarnação para ajudar a família a evoluir, mesmo se oferecendo em sacrifício (o que não significa morrer, pois uma vida difícil acaba sendo, também, um tipo de sacrifício) não é mais possível após o despertar do Mestre Maytréia em 2004. Logo, eu não poderia ser filho de um amigo querido numa nova encarnação para que, sendo obrigado a cuidar de mim, evolua.

Dado o tipo de separação que é observada entre mim e o entorno ao meu redor, é de se imaginar que uma outra encarnação ocorreria distante daqui; no espaço e no tempo. Mas algumas pessoas muito próximas, como a minha esposa e os filhos talvez se manifestassem, também, por lá.

Isso é ser otimista.

Pode ser que a minha evolução espiritual seja insuficiente e após a minha morte eu fique vagando de um lado para o outro; ora interagindo com a realidade atrasvés do plano astral, do umbral ou qualquer coisa assim; seja enfurnado dentro dos meus pensamentos e desejos não realizados.

Como se todo dia fosse o mesmo dia - e um dia ruim, no caso.

Pode ser (duvido) que eu seja revivido em algum lugar que domine a tecnologia necessária para tal e ao despertar por lá, teria me esquecido de muitas coisas, le livrado dos condicionamentos que não consigo mudar hoje em dia, mas pouco saberia dizer sobre os desdobramentos disso. Isso porque nem só a superfície da Terra, à luz de três dimensões corresponde a realidade. Talvez eu seja útil para alguém importante ou para a condução de algum processo espiritual relevante que necessite do meu corpo (cérebro), além da alma. Não sei dizer.

E nunca sabemos, de fato, com quem estamos lidando, isso valendo em primeiro lugar para nós mesmos. Eu mesmo não sei dizer quem sou. Sou Ariomester, pode chamar Ari, mas isso soa falso. É como se existisse mais coisa mas eu fosse incapaz de decodificar a mensagem. Um dia conseguirei, tenho certeza.

Poderia acontecer (provável) que eu seja incorpoado a uma criatura muito mais evoluída que eu, meio que despertando dentro de seu corpo que atualmente está dormindo num lugar muito longe daqui. Para os que ficam, eu desapareceria para sempre - nunca mais teriam vestígio da minha existência. Para a criatura descrita, seria como acordar de um sonho - no sonho ele era um músico fracassado que escrevia coisas absurdas num blog muito estranho enquanto ouvia Banda Calypso.

Isso somente saberemos daqui a muito tempo (assim espero).

Curiosamente, certo tempo atrás eu passei por uma situação em que me vi dentro de tal criatura. Foi interesante - a minha existência era somente um sonho de tal criatura e de certo modo eu era ela e ela era eu - um tipo de pessoa bem grande num lugar muito, muito longe daqui, com construções em pedra, imensos descampados, vales, algo parecido com a Agartha dos orientais... muito curioso.

Curiosamente (parte 2), 5 anos após isso eu tive novo sonho, num dia em que estava passando muito mal e senti que iria morrer (mas como vocês podem ver, eu não morri). Neste sonho eu retrocedia até a infância mais bonita, quando eu tinha 4-5 anos de idade. Era como estar de volta à época, com os sentimentos da época.

Uma menina muito bonita mais ou menos da minha idade, bastante reluzente, como se emanasse luz, algo como uma princesa veio, sentou ao meu lado e me abraçou. Quando isso aconteceu, o mundo inteiro virou luz e eu acordei. Seria algum tipo de eucaristia? Não sei dizer.

Mas desde então é como se eu estivesse sempre acompanhado, ou ligado a algo ou alguém - a menina do sonho. E isso faz com que eu sinta o calor e a luz do sol o tempo todo, mesmo se for de noite, mesmo se estiver frio. Mesmo se eu estiver vivo - é como se estivesse tudo certo, mesmo eu achando que está errado.

É uma sensação muito interessante.


PS - falei muito sobre mim e a minha morte. E a morte de outra pessoa, que não seja eu, Ariomester?

Bom, as regras se aplicam a todos. O que descrevi para mim também pode ser o caso de outras pessoas, ainda que nem todas tenham tantas perspectivas post-mortem como eu acredito ter. Pode ser que algumas sejam revividas por serem úteis em seu corpo atual em outro lugar (ou não). 

Pode ser que sejam assimiladas, ou desapareçam assimiladas por consciências maiores que a sua própria, como se fossem sonhos, pesadelos ou devaneios de tais seres em sues Tronos.

Pode ser que não encarnem mais e acabem por ser dissolvidas por inatividade astral e afastamento da Mônada (acredito que seja o caso de até 97% da população atualmente, mas é uma suposição, posso estar errado em relação ao percentual).

Pode ser que reencarnem, levando para a nova vida apenas as tendências, afetos e desafetos da vida anterior. Se viveram intensamente, a intensidade norteará suas vidas. Se odiaram intensamente, nascerão num lugar repleto de ódio; se amaram intensamente, reencarnarão em famílias ou situações amorosas; se buscaram e desenvolveram sua inteligência, terão imensa facilidade de estudar e desenvolvê-la ainda mais; se agiram sem pensar, de forma egoísta ou negligenciando a inteligência (priorizando prazeres e instintos), terão imensa dificuldade em aprender e agir racionalmente.

Se uma pessoa mata outra, é criado um vínculo tão forte quanto o nascimento. Talvez uma se torne filha da outra na próxima encarnação e briguem indefinidamente. Talvez o ódio e as agressões aproximem mais que afastem as pessoas, sendo o oposto do amor não o ódio, que é coisa bem distinta de amar, mas o descaso. 

Coisas para pensar.

Wednesday, July 03, 2024

[3/2] O mundo daqui a 200 anos (na minha opinião)

 


Extraído da postagem anterior: 

"Os cachorros aqui de casa têm mais empatia que essa gente toda. Por isso é muitas vezes mais provável que os nossos cães evoluam em uma encarnação o suficiente para encarnarem como filhos dessas pessoas da grande humanidade, enquanto seus entes queridos vão perdendo, assim como eles, o direito a regressarem a este mundo, mesmo que seja para sofrer."

O que seria do mundo sem o sofrimento?

A resposta para esta questão define de forma bem confiável as pessoas afinizadas à grande ou à pequena humanidade. 

Para as pessoas mais brutas, a vida é sofrimento; amar é sofrer; para se realizar é preciso sofrer; viver bem é ser sacrificado; vencer na vida é sofrer e fazer outros sofrerem - "no pai, no gain".

Para as pessoas evoluídas, o sofrimento é uma medida do quão equivocadas são os métodos e soluções que utilizamos.

Imagine que exista uma panela para cozinhar, mas ela não tenha cabo e portanto, para cozinhar precisaremos pegar a panela quente, sem pano ou luva alguma. Ou seja, sempre queimaremos a mão para nos alimentar.

É intuitivo providenciar um cabo ou luva para resolver a questão e cozinhar não ser sinônimo de sofrer. A maioria das pessoas faria assim, pela simples razão de já terem visto panelas com cabos. Caso contrário, talvez existisse até mesmo um culto secreto religioso dedicado à religião das queimaduras nas mãos; rituais de passagem em que crianças e adolescentes queimarão as mãos pela primeira vez; penalidades para as pessoas que não se sujeitarem a queimar as mãos etc.

Tudo facilmente resolvido com um cabo de panela.

A vida que conhecemos atualmente é repleta de panelas quentes sem cabos. Mas a diferença é que as pessoas não querem parar de queimar as mãos e via de regra, combatem quem tenta lhes instruir ou evitar queimar a própria mão.

Vemos isso na política brasileira (por exemplo).

Candidatos como o atual presidente (Lula), os anteriores (Bolsonaro, Dilma, Temer, FHC etc) defendendo modelos de governo e gestão econômica trágicos para o Brasil receberendo quantidades expressivas de votos e apoio popular; enquanto nomes qualificados, como Ciro gomes, Darcy ribeiro, Brizola, Enéas e tantos outros que trazem ou traziam soluções eficazes para o desenvolvimento do Brasil são combatidos e considerados "chacota".

Vemos isso nas relações de trabalho (por exemplo).

Recrutadores e empresas cada vez exploram mais as pessoas, que ao invés de reclamarem, se oferecem em sacrifício aos milhões, gritando serem "empreendedores", "pessoas de sucesso" etc. São descartáveis, trabalharão até a morte e muitos começaram a se suicidar quando entenderem que não mais terão como trabalhar, por terem substituídos por outros mais jovens, ou que mantenham relações pouco éticas junto aos seus gerentes e supervisores.

Vemos isso na produção artística, científica e tecnológica.

Para não cair no óbvio de retratar a música das massas, que versa essencialmente sobre dor, sofrimento, desgraça, traição etc. vamos falar sobre filmes e seriados produzidos por "pessoas esclarecidas" e bastante celebrados pelos "intelectuais". Veja quanta tristeza, ódio, destruição e morte é retratada em tais obras. Ao invés de se esforçarem para retratar o Amor, a vitória, a superação, a conquista de objetivos importantes para a humanidade, é retratada a miséria, a desgraça, o crime, a morte, a pronografia etc.

Para não cair no óbvio de falar sobre a subescolarização promovida por "cursos" online, faculdades e escolas de qualidade questionável e dicas, stories e coisas afins por influenciadores digitais. Vamos falar sobre os impecilhos que os pesquisadores e professores infligem aos alunos de graduação e pós graduação que desejam explorar questões ainda pouco estudadas, ou aprimorar conhecimentos relevantes. E dão com os burros n'água por conta de uma infinidade de burocracias e incapacidades de gestão promovidas por tais gentes, que delas se orgulham. É preciso sofrer para aprender, sofrer para pesquisar, sofrer para tudo.

Infelizmente estamos tão adiantados tecnologicamente que o sofrimento está desaparecendo.

Veja o vídeo mais acima neste post e entenderá. Uma jovem de 14 anos fez um implante coclear e começou a escutar. Não é um caso raro ou estudo experimental - é algo até certo ponto rotineiro.

Imagine todo o sofrimento que ela teria por ser surda, ao longo de uma vida sendo dissipado por um implante que a faz ouvir, falar e isso mudar completamente os rumos da sua vida.

Imagine que soluções de reparação genética estão em desenvolvimento e daqui a algum tempo, com uma injeção será possível "corrigir" o DNA da pessoa, erradicando uma infinidade de problemas de saúde.

Imagine que nem tão longe assim, talvez ao redor de 2050, seja usual nos exames de pré-natal a verificação e correção de eventuais anomalias de formação do embrião, de modo que todas as crianças nascerão perfeitas e caso venham a manifestar alguma doença de origem hereditária ou genética, poderá ser corrigida por injeções e terapias na infância, adolescência ou vida adulta.

Imagine que daqui a um tempo tenha ficado claro o papel nocivo que as ondas de rádio nas frequências e intensidades transmitidas na superfície e órbita da Terra têm na vida humana. E portanto, que até mesmo este tipo de coisa precisará ser regulada, fazendo a atmosfera mais saudável para todos.

Pergunto: à luz do karma, faria sentido alguém que para reencarnar só poderia fazê-lo através de uma vida de sofrimento, encarnar num corpo perfeito e num mundo sem dor e sofrimento? Não.

Logo, muitos dos que vemos hoje em dia não mais encarnarão, pois no tempo em que conseguiriam reencarnar, não existirá mais sofrimento para lhes assegurar nova encarnação. Vão ficar pairando ao redor do mundo até desaparecerem por ausência de reencarnação.

Em seu lugar, nascerão cada vez mais pessoas sadias, capazes e sensíveis. Não é ao acaso que as gerações mais jovens pensem de forma tão diferente das anteriores; que tenham tanta facilidade em aprender e a se relacionarem; se rebelem com tanta facilidade em relação ao sofrimento imposto por métodos educacionasi obseletos, trabalhos inúteis ou desgastantes, perspectivas de vida calcadas no sofrimento (por exemplo, "sofrer para aposentar e morrer").

Chamados por "geração Z, geração Y" ... o nome é irrelevante.

São gesrações cada vez mais empáticas, delicadas e capazes.

Em contraposição há, ainda a narrativa do sofrimento. Mas à medida emq ue o sujeito defende o sofrimento e ao mesmo tempo se beneficia da redução do sofrimento, existe uma incoerência perigosa. Essa incoerência é capaz de destruir por completo a mente do sujeito, como veremos acontecer aos montes.

A humanidade do futuro será altamente coerente - não mais utilizarão "dois pesos, duas medidas". A lógica será a base de toda a sociedade, mas não de uma forma racional e fria.

Ter amigos e se divertir é muito importante, logo, é imperativo que isso tenha um lugar de destaque na sociedade; até porque não faltarão máquinas e inteligência artificial para cuidar de toda a parte operacional, como plantar, colher, limpar, construir etc.

Os valores do final do século 21 e que serão vigentes dali em diante serão similares ao que os defensores do "viver é sofrer" mais têm combatido: a vida como um palco para nos divertirmo e realizarmos; para encontrarmos amigos, vivermos grandes aventuras, grandes amores e no processo deixarmos um legado.

Não existirá mais foco em corporações e organizações, mas nas pessoas. As organizações e corporações serão apenas mais um dos braços da automação extensiva que veremos se estabelecer.

O mundo será, obrigatoriamente, multipolar.

Com o passar do tempo, cada local se especializará em alguma atividade, de mesmo grau de intelectualidade. Alguns locais terão excelência em artes; outros, em medicina; outros em computação e assim por diante.

Novos meios de transporte e teleconferência holográfica associada a realidade virtual/aumentada farão as distâncias desaparecerem. Uma pessoa poderá facilmente ir de um lugar a outro do mundo em minutos, como quem pega um táxi para o centro da cidade e depois volta para o seu bairro.

Esse tipo de mundo será insuportável para os ilógicos, defensores do "viver é sofrer" e não por acaso a grande humanidade experimentará muitos problemas, conflitos e sofrimentos, por se recusar a abdicar do sofrimento a favor de uma vida plena.

Coisas interessantes para se pensar.

[2/2] O mundo daqui a 200 anos (na minha opinião)



 Em 200 anos, será 2224.

Evidentemente ninguém que conheço atualmente estará vivo até lá.

A razão de eu ter iniciado esse blog estranho foi esquisita.

Certa vez, em 2003 (eu acho) conversava com meu tio e ele disse que na época em que pessoas da atual Sociedade Brasileira de Eubiose foram fundar o chamado Sistema Geográfico do Roncador levaram, a pedido do Prof. Henrique José de Souza, uma caixa de metal dentro da qual foram colocados itens como jornais da época, creme dental e outros objetos cotidianos.

"Isso é para os arqueólogos do futuro, daqui a 2500 anos, terem alguma ideia do que era esse local e como as pessoas viviam".

"Arqueólogos do futuro..." 

Como fã de Júlio Verne e Maquiavel (os autores que eu li mais vezes quando era criança), decidi escrever algo cotidiano em linguagem do futuro. Entender o que está por vir, sobretudo no que diz respeito à humanidade nunca foi difícil - eu já nasci trazendo essa capacidade inata. Quem sabe num próximo post eu fale mais sobre isso, né?

Então decidi escrever sobre o que acontece atualmente, mas numa linguagem que no futuro será corrente. O velho Maquiavel nos ensina a não deixar "arestas" em nossas estratégias e que uma boa estratégia é aquela que não parece ser estratégico, mas é.

O grande Julio Verne foi meu amigo durante a infância, por assim dizer. Li Volta ao Mundo em 80 Dias, Da Terra à Lua e Jornada ao Centro da Terra. Assisti muitas vezes 20 mil léguas submarinas e Volta ao Mundo em  80 dias (filme, de 1956).

Antecipando o que acontecerá daqui a bastante tempo, haverá uma forma de representar as pessoas e eventos de uma forma bastante fidedigna, impossível de se realizar atualmente.

Por exemplo, ao invés de entender que eu estou escrevendo um blog esquisito por ter acesso aos textos, como ocorre atualmente, haverá uma forma de criar uma duplicata holográfica de mim que interagirá com as pessoas de seu tempo como se eu estivesse lá, em pessoa. Conversarão com essa projeção e eu responderei quase exatamente como se eu, de fato, estivesse por lá, mesmo sobre assuntos que nunca vi - me apresentarão coisas diferentes e eu reagirei como se alguém do futuro me mostrasse algo futurista no tempo presente.

Isso será uma diversão e tanto para as crianças - e ressignificará em definitivo a noção de professor e escola.

Os pais poderão permanecer ao lado dos filhos todo o tempo, em função de tecnologias holográficas e isso mudará a humanidade por inteiro, ao menos a pequena humanidade, já que a grande humanidade, como descrito no post anterior, seguirá um caminho menos feliz e tecnológico.

Para ler, acesse esse link: O mundo daqui a 200 anos (na minha opinião) - parte 1 de 2

Mais que isso, poderão me acompanhar em muitos momentos, como agora, em que escrevo esta postagem. Poderão se ver dentro do meu estúdio, ouvindo César Menotti e Fabiano enquanto bebo uma lata de cerveja num domingo à noite. Será como se estivessem aqui e optassem se gostariam, ou não de interagir comigo - até mesmo sentir o gosto da cerveja, o frio imperfeito do ar condicionado e tudo mais.


Aceita chá?

Poderão inclusive criar, cada um em sua casa ("unidade duradoura", ou algo assim como será conhecido na ocasião), uma versão de mim para lhes acompanhar, conversar, discutir os mais variados assuntos.

Logo, quanto mais detalhadamente eu me mostrar, mais fácil será essa reconstrução.

Além disso, a linguagem sofrerá inúmeras mutações desde agora e até lá.

Na verdade, ela será o melhor indicador de tais mudanças. A linguagem expressa o pensamento coletivo, que é a raiz da humanidade. Ao contrário do que se possa imaginar, o pensamento coletivo não é resultado, mas origem da diversidade ideológica das pessoas.

O pensamento coletivo não é resultante de como os indivíduos, individualmente pensam, como se fossem ondas de rádio - mesma fase ampliando a crista ou o vale; fases diferentes tendendo à dissolução. E nem é como o Dr. Jung tentou explicar (inconsciente coletivo), como um conjuntos de símbolos primitivos que trazemos geneticamente.

Tais padrões não são genéticos, mas astrais e revelam a ligação do indivíduo ao coletivo. A humanidade veio de uma alma-grupo que foi se dividindo e individualizando a partir da associação de tais almas "individuais" à alma coletiva, que deixou de ser um ente objetivo, como as almas individuais, passando a uma abstração impossível de ser desfeita (o pensamento coletivo).

Através destas ligações invisíveis fluem ondas semelhantes a um pulso elétrico codificado (como ocorre nas transmissões por fibra ótica, por exemplo, mas com uma outra codificação), que condicionam o sujeito a se comportar de uma forma, ou de outra.

Quando o indivíduo, por ato de sua intenção, no exercício do seu livre arbítrio passa a prestar atenção em alguma coisa, ou em algo, ele sem se dar conta faz com que a sua alma seja ligada a diferentes versões ou estratos do pensamento colevito. Se começa a interagir com ódio, mesmo que páre de interagir, condicionou a sua ligação ao pensamento coletivo assimilar pensamentos e sentimentos de ódio, que o perseguirão continuamente até que, por esforço único e exclusivo do sujeito, no exercício do seu livre arbítrio, afaste-se de determinado tipo de pensmento e se ligue a outro.

Assim, a forma como falamos revela muito do pensamento coletivo; assim como todos os nossos hábitos e práticas culturais, das quais derivamos por alteridade o nosso próprio pensamento e noção de eu. Contudo, é facultado ao ser humano agir mesmo em contrariedade ao pensamento coletivo, comot emos visto acontecer aos montes.

Pode-se forçar mudanças na forma de comunicação (utilizando linguagem neutra, por exemplo), ou na forma de se pensar (através da ideologia de gênero ou teologia da prosperidade, por exemplo), mas que não encontram respaldo no pensamento coletivo. Este se manifesta a partir da reação das pessoas e do próprio karma da humanidade como um todo e explica eventos curiosos como as Guerras Mundiais ou mesmo pandemias como a de covid-19.

A psicologia evoluirá imensamente ao longo dos próximos 100 anos, mas em pouco ou nada assemelhará ao que atualmente consideeramos ser psicologia, assim como ninguém mais cogita viajar para a Europa num navio de madeira, como era corrente no século XVII. A aeronave substituiu o navio de aço, que era uma atualização do design do navio de madeira. Apesar de o avião não guardar grande semelhança aerodinâmica ao navio, em termos de transporte acabou por exercer a exata mesma função: levar pessoas e cargas, por exemplo, atravessando distâncias oceânicas.

Construtos que atualmente não podem ser mensurados (por exemplo, inteligência) serão avaliados como se estivesse medindo a quantidade de gordura no sangue. As próprias relações entre as pessoas, resultado do pensamento e emoção de cada uma serão ressignificadas a partir das mensurações de campos psicológicos ("aura") ou algo que terá um nome parecido com esse.

O mundo será dividido em dois grupos: num deles há inimigos e abusadores à espreita. No outro, pessoas que se ajudam e são amigas. Curiosamente, um grupo não interagirá com o outro e nem disputará bens ou recursos naturais.

Na grande humanidade, a inteligência tende a reduzir, até o ponto em que os sueitos serão estúpidos demais para operarem suas máquinas, recrudescendo as relações e a forma de viver. Na pequena humanidade será o oporsto - testemunharemos o nascimento de gerações cada vez mais inteligentes, sensíveis e pacíficas.

Talvez a viagem espacial se torne algo de certo modo corriqueiro, contando até mesmo com excursões escolares indo visitar asteroides ou planetas vizinhos, como marte. A humanidade não irá morar no espaço, mas o ocupará assim como fez com o oceano.

Nesta jornada duas coisas podem acontecer: desencadear uma polêmica que tomará proporções globais acerca do destino das sondas Voyager. Elas representam a disposição da humanidade em viajar pelo espaço, conhecer novos planetas e ate mesmo outras civilizações.

Um grupo irá pedir que as sondas sejam resgatadas e adicionadas a um museu terreestre. Outro grupo irá advogar a favor da permanência da sonda em sua missão, como forma poética de manter as coisas da forma como o pensamento coletivo da ocasião determinar.

Outra coisa interessante será a descoberta do chamado Quinto Sistema de Evolução. De exploração em exploração, acabrão por encontrar planetas habitáveis orbitando estrelas relativamente próximas e um dos melhore splanetas a se ocupar será aquele conhecido hoje como sendo o Quinto Sistema de Evolução.

Para lá migrarão elementos da pequena humanidade e aos poucos outros também viajarão até lá, formando cidades e grupos em desenvolvimento naqueles locais. Daqui a bilhões de anos, quando o nosso sol não for mais capaz de sustentar a vida, a humanidade continuará por lá, mas uma vez que a vida consciente já se instalará por lá, haverá um ganho em tempo surpreendente.

Isso porque por vias naturais, haveria a dissolução do atual sistema solar, com fragmentos da Terra sendo jogados espaço afora por períodos inimagináveis de tempo, até que caiam em algum outro sistema solar; ou em virtude de processos tectônicos e atmosféricos a vida surja, como aconteceu por aqui, inicialmente contando com apenas organismos bastante primitivos que ao longo de bilhões de anos vão transformando-se geração a geração até em algum momento, com toda sorte a nossao favor, ecloda uma humanidade muito primitiva...

Mas à medida em que pessoas conscientes (muito conscientes, na verdade) se mudarem para um outro sistema solar, todo esse tempo será abreviado e por conta disso, até mesmo eventos cósmicos e siderais que não aconteceriam de forma alguma podem acontecer. A antiga Teosofia de Blavatsky dava a esses eventos o nome de "cadeias".

As relações sociais sofrerão mudanças drásticas ao longo dos próximos séculos. Isso será, talvez, o fiel da balança para a grande separação de humanidades. Um outro grupo, cada vez mais violento, menos empático, mais maldoso vai sentir muito mal em conviver com outro grupo, quase diamentralmente oposto - pessoas infinitamente pacíficas, tolerantes, dóceis, inteligentes. 

Em relação à grande humanidade, podemos dizer que terá poucas melhoras em relação ao que conhecemos atualmente. Já a pequena humanidade de fato mostrar-se-á algo diferente. 

Por exemplo, recentemente, câmeras de segurança filmaram o momento em que um assaltante foi baleado por uma de suas vítimas. Um enorme número de pessoas sentiu-se realizada, feliz, eufórica com o assassinato do rapaz.

Certa vez eu escrevi num post desses de Instagram, apenas pelo hábito de testar as pessoas, mais ou menos o seguinte "gostaria de ver a cara de vocês rindo da mãe desse rapaz no seu velório; quem sabe ela vai rir e comemorar com vocês? Ou não?".

Eles ficaram bravo comigo. Cãezinhos fofos disfarçados de gente.

Os cachorros aqui de casa têm mais empatia que essa gente toda. Por isso é muitas vezes mais provável que os nossos cães evoluam em uma encarnação o suficiente para encarnarem como filhos dessas pessoas da grande humanidade, enquanto seus entes queridos vão perdendo, assim como eles, o direito a regressarem a este mundo, mesmo que seja para sofrer.

Esse parágrafo abrirá a terceira parte (de 2) dessa conversa esquisita e improdutiva.

Eu costumo dizer que "não tomo ninguém por discípulo" exatamente porque não quero interferir nestes processos. Lamentavelmente muitas pessoas que conhecemos e até gostamos não logrará êxito em reencarnar, tornando-se uma alma penada cujo desmantelamento é o único destino possível.

O mundo do futro será extraordinariamente ecológico e sustentável. As melhores soluções sustentáveis atualmente em uso vão parecer tinta contendo chumbo na sua composição quando comparadas ao que está por vir.

Por falar nisso, a vida será ampliada para muito mais tempo do que se vive hoje em dia. Pessoas alcançando 200 anos ou mais, daqui a alguns séculos não será nada estranho. Isso devido à alimentação, ao ambiente purificado e controlado em termos de energias e ondas de rádio, a fora leve de se levar a vida, o ambiente tranquilo e com "todo o tempo do mundo" para o que se quiser fazer.

Um dos sinais de mudança que anunciará esta nova era diz respeito às crianças. 

Muitos pais (eu, inclusive) têm enormes dificuldades em criar os filhos.

Criar filho é muito fácil, quando o mundo ao redor permite que isso aconteça. Mas não é o caso - temos visto, ao contrário, as forças de mercado e sociais oprimirem cada vez mais os pais, constragerem as crianças e dificultarem de toda forma a criação das crianças.

Chegará um momento em que isso começará a mudar - os pais e seus filhos serão valorizados e a sua criação bastante facilitada. Os pais serão tidos em alta consideração por todos e esse momento marcará a primeira grnade ruptura entre humanidades.

Daqui a 200 anos haverá tanta automação que as pessoas passarão muito tempo realizando tarefas manuais simplesmente pelo gosto em realizá-las. Será muito comum convidar amigos para comer em casa a comida que foi até mesmo plantada e cultivada ali. A música, artes e tudo quanto seja humano,  feito por pessoas imperfeitas de carne e osso presencialmente, como a ciência, filosofia, literatura etc. será extremamete valorizada, ao menos na pequena humanidade.

Muito mais distante iniciar-se-á o culto ao karma, ou das concidências da vida.

Será um mundo bastante descomplicado e lógico, em que jogos de poder e dominação não farão sentido. A não ser para a grande humanidade...

Coisas para pensar.






Wednesday, June 19, 2024

[1/2] O mundo daqui a 200 anos (na minha opinião)

 



A bola da vez é uma discussão sobre legalização de aborto para gestações de 6 meses ou mais. Como muito que acontece nas redes sociais durante a semana vai ser muito falado, mas daqui a uma semana ninguém lembra que aconteceu.

Na verdade, tudo tem sido palco para exibições de dois padrões de comportamento.

Um deles é o comportamento "polarizado", independente do espectro político no qual a pessoa se enquadra. É literalmente a mesma coisa: você pode substituir um militante por outro e vai dar na mesma.

Se pedir para dois militantes de posicionamento antagônico escreverem a opinião sobre o progresso e desenvolvimento da humanidade, o raciocínio será exatamente igual, em linhas gerais e termos conceituais. Seria quase impossível distinguir um do outro.

Nós, seres humanos, temos uma capacidade surpreendente de identificar e guardar pequenas diferenças em padrões de comportamentos. Nenhuma outra espécie é tão dependente do comportamento e nuances comportamentais quanto seres humanos. 

Pode parecer radicalmente diferente uma pessoa ligada à religião cristã fazendo um espetáculo bizarro em defesa da famigerada lei antiaborto e supostas intelectuais defendendo a unhas e dentes o direito de as pessoas abortarem. 

Vamos investigar um pouquinho superficialmente em ambos os casos e isso revelará que se trata do mesmo tipo de gente. As pequenas diferenças comportamentais parecem aos olhos humanos grandes divergências, quando na verdade se trata do mesmo tipo de gente.

Efeito semelhante acontece quando se viaja de avião ou se brinca em parque de diversão. O enorme momento de inércia de uma aeronave, ou de um brinquedo de parque de diversão em relação a nossa massa, faz com que pequenas variações de aceleração e direcionamento da aceleração nos faça sentir grande perturbação fisiológica. Isso nos leva a crer que estamos experimentando uma movimentação drástica e radical quando na verdade, se visto de fora, a movimentação foi até bem suave.

O segundo tipo de ser humano que temos visto são pessoas que não tomam partido de nada. 

Dentre eles existem dois tipos de pessoas: aquelas que não tomam partido porque não são capazes de tomar partido de nada devido à incapacidade cognitiva e intelectual, são esmagadora a maioria na humanidade.

E aquelas que se tornam neutras ou preferem não se envolver em polarização alguma, porque entendem que se trata de uma tremenda idiotice.

São duas humanidades: isso porque com o passar dos anos restarão apenas dois grupos dentre esses quatro. Um deles governado pela polarização e que atrairá a maioria das pessoas; e o outro, pode-se dizer se tratar de uma reunião de pessoas que não têm interesse em polarização alguma.

Com o passar dos anos, será cada vez mais difícil evitar ser atraído para algum desses dois lados. Mesmo pessoas que atualmente se posicionam de uma forma isenta ou até mesmo aversa à polarização acabarão sendo atraídos para ela em algum momento. 

E desse ponto em diante é uma viagem sem volta.

É como uma virose forte, ou alguma doença que uma vez contraída não há ponto de retorno. E infelizmente não há nada que possamos fazer para que esse quadro seja revertido. 

Pode ser uma questão como essa da lei sobre o aborto, que excita o emocional de uma pessoa já predisposta a fazer parte de uma humanidade polarizada e essa seja a gota d'água para que ela entre nessa vibração, por assim dizer. Uma vez dentro, não há saída.

Não faltarão oportunidades para que as pessoas se contaminam e adentrem essa seara curiosa e tosca da polarização.

Do outro lado, as pessoas que formarão a outra humanidade não são aquelas que resistiram bravamente aos seus instintos durante as discussões polarizadas que temos visto. Ao contrário, são pessoas naturalmente inertes a esse tipo de discussão.

Para elas é fácil permanecer no meio polarizado, mas é difícil se tornar polarizado. O seu emocional, por mais que seja excitado por uma discussão ou outra mais polêmica, não reage a ponto de fazer com que a pessoa seja convertida num grupo de pessoas polarizadas como existem aos montes.

Essas pessoas têm uma dificuldade grande em enxergar as outras como inimigas. Para elas, todos são amigos, ou amigos em potencial.

Essa é a grande distinção entre os dois grupos que acabarão separarados geograficamente, evento iniciado até a metade do século 21. Com o passar dos anos essa separação produzirá um efeito muito interessante e muito rapidamente: a pequena humanidade prosperará de uma forma inimaginável mesmo perante os mais otimistas e visionários autores de ficção científica. E a outra humanidade permanecerá mais ou menos estacionada no ponto onde está. 

Ao longo das décadas e posteriormente dos séculos, a grande humanidade mudará nada ou muito pouco em relação ao que é hoje, enquanto a pequena humanidade vai acelerar exponencialmente seu desenvolvimento. Por exemplo, na pequena humanidade, as crianças conhecerão seus pares ou formarão casais formais logo ao nascerem, ou ainda crianças.

Não por imposição cultural familiar, mas pelo karma. Entre essas pessoas será totalmente normal conviverem junto da sua chamada alma gêmea desde o nascimento, ou perto disso. Por essa dualidade é que esse serão considerados para todos os efeitos uma espécie de andróginos latentes. 

Esse tipo de situação moldará os hábitos e regras desse grupo, que se converterá em admiradores do karma positivo, por assim dizer. Aos olhos da humanidade atual, seriam algo místicos, admirando e ser pautando por eventos invisíveis que governam os destinos. 

Assim, por exemplo, alguns não mudarão de domicílio, mesmo que existam melhores condições de vida, pois tal mudança poderia perturbar o karma. Da mesma forma, outros poderiam mudar justamente pois sua presença perturbaria o karma.

A percepção deste karma não é realizada a partir de convenções sociais e culturais, mas um tipo de percepção extra sensorial (comparando à atualidade). A vivência do androginismo, conforme mostrado acima, que nada tem a ver com gays ou pessoas trans, trará como uma de suas consequências o aguçamento de sentidos latentes, como a percepção direta do karma.

Na grande humanidade será diferente.  O dimorfismo sexual torna-se a cada vez maior assim como aumentará o esforço das pessoas e tentar minimizar a enorme separação de gênero que está acontecendo, através de atitudes que visam dissolver a identidade de gênero e consolidação do núcleo familiar, como medida desesperada de um grupo cada vez menos andrógino e menos independente de diverasas manifestãoes familiais. 

Além disso, viverão num mundo um pouco pior do que o que conhecemos pois a leveza do mundo que vivemos se deve ao fato de pessoas não polarizadas estarem tornando o mundo mais leve, mesmo que seja carregando um pouco dos seus problemas nas suas costas. E ao abandonarem esse mundo deixarão todo o seu peso nas costas dos que ficarem para trás.

Não haverá nenhum tipo de conflito atroz entre os dois grupos pois eles apresentam tendências sumamente diferentes. Um grupo simplesmente não terá interesse no outro e fará todo esforço para que fiquem bem separados.

Como eu disse, já fui uma pessoa boa, mas hoje em dia é muito difícil.

Vejo esforços sinceros de várias pessoas tentando esclarecer umas as outras em relação a essas questões que tem sido muito debatidas na sociedade, como a lei antiaborto que provavelmente está cobrindo alguma votação extremamente importante do congresso nacional que não poderia ser falado às claras para não gerar uma polêmica justificada ainda maior; ou talvez como uma medida de enfraquecimento da base do governo a favor de alguma votação ou mesmo das eleições municipais deste ano.

Eu não vou esclarecer ninguém. 

Se querem ficar dentro de um buraco escuro, por mim que fiquem por lá. 

Não tenho interesse em esclarecer e nem iluminar ninguém, em absoluto. Se querem continuar discutindo da forma como estão fazendo, que façam bem longe de mim.

Num futuro próximo, desaparecerão as fronteiras interpessoais. Devido às tecnologias de informação, será possível a uma pessoa ficar o dia todo junto de outra, através de um tipo de teleconferência holográfica. Nesta conferência, tanto as pessoas poderão ver aquelas que desejarem, quanto organizarão aquilo que estão vendo. 

Por exemplo, os filhos irão à escola, mas terão seus pais de forma holográfica ao seu lado, podendo optar se estarão visíveis para os demais na sala, ou não. 

Futuramente, pessoas que até morreram serão reconstruídas digitalmente, de modo que será possível conviver com elas, de forma holográfica, como se estivessem ali presentes, com todas as suas memórias, jeitos, trejeitos, limitações e preconceitos de seu tempo. 

Na pequena humanidade, esse tipo de tecnologia será utilizada para aproximar as pessoas, estudar, divertir, aprender e ensinar. Na grande humanidade, para explorar, subjulgar, fiscalizar. E ambos os lados acharão bom! 

E acharão tenebrosa a visão do outro grupo. 

Isso já existe, de forma embrionária, na humanidade atual. Veja quantas pessoas se sentem agradecidas por perderem o emprego, serem abusadas no trabalho, na igreja, mas relações interpessoais... o que para uma minoria soa pavoroso.

Enquanto para um outro grupo é diferente. Para eles, estar perto de quem amamos o tempo todo é a coisa mais importante dentre todas. Aos olhos da grande humanidade, isso é mimar crianças e torná-las pessoas fracas e sem valor. 

Para a pequena humanidade, isto é, na verdade, um atestado de boa índole e humanidade. Ou seja, grupos antagônicos que não querem mais viver juntos. E que não farão guerra um contra o outro porque não existe interesse ou recurso natural em disputa.

E observe como as pessoas já nascem predestinadas a fazer parte de um grupo ou outro, cabendo ao ambiente realizar a seleção.

Eu demoro um pouco, mas praticamente sempre encontro o Mestre Arabel nas coisas do mundo. Tipo uma separação de humanidades, ou em outras palavras, a formação de uma humanidade do Quinto Sistema de Evolução.

Coisas aí para refletir bastante...

Thursday, May 16, 2024

É preciso sofrer para se tornar mais evoluído?





Ultimamente tenho pensado muito na minha morte. Já até pensei como será o meu caixão e velório, dei uma olhada nos custos - espero deixar tudo pago e acertado antes de morrer, mas não faço ideia de quando isso ocorrerá.

Talvez eu esteja preparando um réquiem e não tenha noção exata disso. Talvez eu tenha conseguido, por algum motivo milagroso, me desvencilhar do ciclo de encarnações da face da Terra e portanto, passei ao "mundos dos mortos" (Duat, em egípcio antigo).

A segunda premissa parece mais correta, mas eu honestamente não sei dizer se é o caso.

Pode ser que em breve assumirei outro cargo público e dele não devo me desvencilhar, até aposentar (quem sabe deopis tentar um outro cargo público, mas igualmente distante da música, ciência e coisas que eu gosto e têm a ver comigo). Vai ver isso será como uma morte, para mim.

Ou talvez tenha atingido um grau de desenvolvimento em que a existência deixa de ser importante. Abre-se mão facilmente de qualquer coisa, até mesmo da consciência, da vida, dos conhecimentos, da Obra, de tudo.

Se o meu destino for reencarnar como um leigo em espiritualidade, numa família de pessoas legais mas sem nenhuma capacidade espiritual... parece muito interessante. Se for esquecer tudo que sei.. parece empolgante. Quem sabe eu vire filho de um agricultor e fique a vida toda plantando soja sem nem sonhar com o que estou escrevendo agora?

Mas se for ser confinado no cone da lua para sentir o sofrimento eterno, também está muito bem ajustado e bom. Deve ser uma experiência bem diferente, também. Dar-se em holocausto acaba sendo isso - se deixar levar.

Se o destino é ser revivido nos Mundos Interiores, pode ser bom também, acredito que tenha muitos amigos por lá. Mas se não tiver, com certeza farei muitos amigos e amigas bons por lá.

Quando nem mesmo a morte em defintiivo, a dissolução da consciência se torna algo corriqueiro, o mundo perde força de argumentação de uma forma impressionante.

"Você será demitido do trabalho, Ariomester, se não entregar os trabalhos no prazo". Ótimo, morrerei em pobreza então. Meus últimos momentos serão na calçada passando frio, sujo e doente. Trágico, mas é o que temos para hoje.

"Você será um subsecretário de Estado, renomado e admirado". Ok, se me deixarem manter meu cabelo grande e tocando minha bateria em casa, já está bem pago - façam todo o resto como julgarem melhor.

Outro dia eu escrevi um texto interessante "Com o que você sonha, Ariomester?"

Isso porque "com o que você deseja?" tem a seguinte resposta: nada. Não desejo nada - nem sucesso, nem sorte, nem vida, nem morte.

Nós, pessoas muito antigas na chamada Obra do Eterno passamos por muitas coisas curiosas em encarnações passadas; e de forma tão repetitiva que até hoje trazemos isso implicitamente.

Os rituais TCHEND são um exemplo. Bem descritos no livro "O Tibet e a Teosofia", escrito pelo grande Mario Roso de Luna, em parceria ao Prof. Henrique José de Souza, trazem estas informações. O TCHEND é um ritual transcendental em que o discípulo fica por semanas andando por cemitérios e lugares repletos de obsessores e seres inferiorres e malignos, deixando que se prendam a ele.

A seguir, dorme fisicamente, despertando no astral como vítima desses demônios, oferecendo-se em sacrifício para eles. Dois resultados acontecem:  a pessoa surta e se torna um doido varrido; ou se torna tão segura de si que poucas coisas a abalam.

Esses dias uma amiga escreveu num grupo dedicado a estudiosos da obra do Prof. Henrique José de Souza:


"Temos a idéia de que nossas sombras são "ruins", mas só existe evolução quando olhamos pra elas, penso eu (nossas sombras). Não acredito que se iluminar seja algo, confortável, tranquilo kkkkkkkkkkkkk pelo contrário." 


Ai que está o equívoco. 

Quanto mais iluminada é a criatura mais feliz ela se torna, mas ao mesmo tempo mais sensível. Uma coisa inexiste sem a outra: ninguém grosseiro é feliz e ninguém feliz é grosseiro. Os grosseiros são como a cobra que come um bezerro e fica tão inchada que nem consegue sair do lugar, com a barriga cheia e um monte de hormônios fazendo ela parar de comer, sentindo bem etc porque senão ela vai morrer de comer.

Mais ou menos a mesma ideia se aplica ao conceito de "felicidade" que utilizamos cotidianamente.

Pessoas cercadas or dinheiro, prestígio e outras coisas fáceis de destruir e destituir, sentindo-se seguras porque os hormônios sociais (vaidade, por exemplo) estão fazendo com que a pessoa deixe de procurar algo que a desafie a ser alguém melhor; algo que a afaste das suas crenças para abraçar uma outra que sintetiza e dela todas as outras derivam: o ser humano é coletivo e não individual.

Chega um ponto engraçado em que se começa a entender o que as plantas e animais querem dizer. É muito estranho porque eles não têm voz, não organizam palavras como fazemos, mas é possível entende-los como se fosse uma criança bem pequena.

Isso não vem sem uma percepção semelhante das pessoas e suas atitudes. E isso muitas vezes machuca a pessoa evoluída profundamente, dói, incomoda, porque a sensibilidade aumentada faz qualquer arranhão parecer uma amputação. Tudo machuca, tudo dói, tudo incomoda e irrita.

Mas curiosamente existe um estado de felicidade contínuo que permanece mesmo com a dor.

Se uma pessoa querida briga conosco, morre ou vai embora, é um choque muito mais forte do que para qualquer outra pessoa, por causa da sensibilidade aumentada. Mas meio que do nada volta uma sensação de tranquilidade muito grande.

Diferente da tranquilidade a partir de conqusitas materiais (ter dinheiro, por exemplo), é uma tranquilidade em mesmo abandonar o mundo, o corpo e ir embora se for preciso, sem pensar duas vezes. Ao invés de ter medo da morte, passamos a ter um pensamento constante sobre a morte, como algo que um dia ocorrerá, mas seguiremos existindo, mesmo assim.

É uma tranquilidade que literalmente faz a pessoa não se importar se está viva ou não, se tem um corpo físico ou não, se tem dinheiro ou não. Essa sensação não tem nada a ver com as noções usuais de felicidade.

Isso torna o sujeito incompatível com o mundo, de modo geral, pois inviabiliza atitudes típicas: desejar coisas, almejar fortunas, prestígio e amores; se mostrar mais forte, resoluto e bonito que os outros. Ter uma atitude impositiva e tempestiva por ser alguém "melhor".

Nada disso - se parece correto ou adequado se humilhar, a pessoa evoluída se humilhará antecipando até a humilhação que outros lhe infringiriam; se não há necessidade de liderar, não irá tomar para si esse fardo. Se não é preciso ensinar, não ficará ensinando aos quatro ventos. 

Com enorme frequência serão consideradas pessoas desligadas, passivas, bobas, sem iniciativa, que desdenham dos demais, que não valorizam aquilo que todos valorizam (isso é verdade - o mundo individual passa a ser tão rico e inevitável, que faz o resto desmoronar).

Se, em geral, as pessoas temem perder dinheiro, prestígio e a saúde, para quem já está um pouco adiantado nesta senda tudo isso poderia ser levado embora, mesmo a consciência e noção do "eu"; mesmo tudo que se aprendeu, tudo que se conquistou.

Exatamente por isso que tais pessoas, via de regra, são preservadas após a morte, nos Mundos Interiores, tanto acordadas quanto adormecidas no chamado "sono paranishpâmico".

Tornar-se mais sensível não é um caminho, mas um efeito do aprimoramento espiritual. Isso faz com que sintamos de forma aumentada tudo que os outros sentem: se há uma mensagem emocionante, ou cena bonita, em que as pessoas "comuns" choram, nós choraremos ainda mais que elas, pela beleza da cena ou emoção da mensagem.

Isso é diferente dos "ioguis", que munidos de uma suposta racionalidade se furtam a sentir aquilo que as pessoas comuns sentem. Se esquivam de ouvirem e dançarem as músicas mais tocadas nas rádios, se emocionar com as cenas tidas como bobas veiculadas na TV e no cinema.

Quando existe verdadeira ascenção espiritual ocorre o oposto disso - ao invés de o sujeito se revestir de justificativas para minar aquilo que sente, há um mergulho no sentimento.

O intelectual pode evitar sentir feliz ao assistir um filme de comédia romântica pois assumiu para si que a heterossexualidade e maligna e que os roteiros de tais obras são machistas. Uma pessoa espiritualizada jamais veria dessa forma - acharia graça nas cenas engraçadas e ficaria feliz com o final feliz. Mas ainda assim entenderia que é uma obra que apresenta pessoas estereotipadas que poderiam consolidar papéis sociais.

Porém, a inteligência ensina que é preciso determinado nível de influência para que algo se torne verdadeiro na humanidade. O campo de influência de uma comédia romântica não é abrangente e nem persistente o bastante para que a humanidade tome aquilo por regra; e ainda menos que de alguma forma enfraqueça tentativas válidas de reduzir o machismo na sociedade.

Logo, a pessoa verdadeiramente evoluída veria graça num filme bobo porque sabe que é um filme bobo; mas não veria graça num influenciador "bobo" que está recrutando as pessoas para votarem em políticos corruptos e malignos; ou disseminando ideias perigosas como as do movimento antivacina.

Um filme bobo é essenciamente uma coisa boba, mesmo que seja machista. Logo, uma pessoa verdadeiramente sensível perceberá claramente como as coisas são: um filme bobo repleto de bobeiras bobas. E do outro lado, o que de fato é: uma plataforma de governo nefasta disfarçada de "coisa engraçadinha". Não tem graça.

As músicas, filmes e tudo mais da vida toma uma direção curiosamente similar; um artista muito consagrado e outro iniciante tornam-se parecidos. O conhecimento cadêmico e o popular se msotram meio que como a mesma história contada de duas formas diferentes; o emaranhado complicado de palavras, conceitos e construtos que os intelectuais utilizam se mostram exatamente como são: um emaranhado de palavras que não levam a lugar algum.

Ouvir um concerto de Debussy ou um show do Gusttavo Lima deixam de ser coisas radicalmente diferentes e se tornam apenas esteticamente diferentes: um pode ser numa pequena sala de concerto, outro num estádio; um pode explorar melodias em notas de tensão de acordes complicados, o outro melodias simples sobre acordes comuns - as diferenças páram por aí.

Deixa de existir um "conhecimento, música ou hábito" superior e outro "profano". Esse tipo de arbitragem se torna impossível. para quem subiu alguns degraus na escada do desenvolvimento espiritual.

É muito difícil falar sobre sofrimento, nesses termos.

O que é sofrer?

Como disse, a elevação da consciência não faz repelir os menos evoluídos, é o oposto - faz querer cuidar, orientar, ensinar, ser amigo, ser parceiro, falar seu idioma, fazer o que fazem só para ficar perto como se fossem irmãos mais novos de um irmão mais velho (nome do meu segundo livro, em preparação).

Nosso irmão pode ser completamente diferente de nós... e mesmo assim ainda seremos capazes de gostar da sua presença e ansiosamente aguardar por uma oportunidade de o ajudar e ser uma pessoa melhor.

O desenvolvimento espiritual (leia-se: ampliação significativa da inteligência, adoção da bondade como forma de agir) não faz repelir ou sentir-se mal entre os "comuns". O que machuca são as coisas que eles fazem, mas não representam risco ao desenvolvimento espiritual de pessoas mais adiantadas.

Dói porque muitas vezes as pessoas não escolhem o caminho do amor e gentileza: gritam, xingam, humilham, maltratam os outros (incluindo nestes gente mais evoluída que elas), que sentem-se mal com isso. Sentem-se oprimidos, machucados, magoados etc e isso tudo ocorre aos mais adiantados, porém numa magnitude muitas vezes maior que para os comuns.

Mas ao mesmo tempo, a recuperação disso é normalmente mais rápida. Por isso os lamaístas adotavam uma postura um tanto intransigente de não reagir a nada. Se o xingasse, batesse ou maltratasse, faria cara de paisagem e continuaria firme e forte - porque o sentimento ruim passará espontaneamente, levando com ele a dor do escárnio.

E a seguir voltará a brilhar o sol da Mônada, expresso numa sensação engraçada de conexão a todas a coisas e de responsabilização perante os menos consicentes, sejam pessoas ou não. Expresso, também, num turbilhão de grandes ideias, projetos, sonhos, músicas, imagens, revelações e mais um monte de coisas evoluídas.

O aumento na sensibilidade e capacidade intelectual faz com que as músicas se tornem mais intensas que o usual, mas ao mesmo tempo amparadas pela lógica, para aqueles que estudaram música; para os artistas visuais, arquitetos, designers, certamente as formas e cores se tornam muito mais imponentes do que costumavam ser; para quem não desenvolveu nada... deixemos por isso mesmo.

Tal é a dinâmica do chamado "mental abstrato", em que tudo está desconectado, podendo (ou não) ser conjugado através de lógica. É como um jogo de xadrez em mais que três dimensões, enquanto o chamado "mental concreto" é como um jogo de damas num tabuleiro bidimensional.

E o sofrimento, onde entra nisso?

A meu ver, não entra, porque não é caminho.

E quando a pessoa se torna de fato evoluída, aquilo que conhecemos como "sofrimento" deixa de ser sofrido e passa a ser apenas um incômodo que pode ser facilmente evitado, afastando-se de tudo e todos (como eu já pensei em fazer), ou aprendemos a viver com o incômodo, como pagamento (ou tributo) natural do convívio de pessoas que não precisam, em absoluto, da nossa ajuda.

Mas que é muito legal ter por perto, dar risada juntos, contar piada, falar sobre o nosso Galo (Clube Atlético Mineiro), cantar junto que estamos bloqueados (é muita raiva misturada com tristeza), comer os pastéis e comidas simples preparadas em locais igualmente simples.

E nada disso é bonito, ou intelectualmente justificado - é uma necessidade, simplesmente conviver com todos.

Coisas aí para pensar.








Sunday, May 05, 2024

Se meus pais soubessem como eu seria, não teriam me dado o nome que carrego.

 


Felizmente me deram um nome lindo, provavelmente a única coisa de que me orgulho: carregar em meio à face da Terra o nome de um Mestre tão maravilhoso. E que intrigantemente.. é como se eu o conhecesse muito bem.

Coisas estranhas da cabeça estranha do Ari(omester, no caso, eu).

Eu estou muito longe de ser uma pessoa boa, do bem, educada, simpática, interessante, atraente, relevante.

Sempre foi assim, sempre será.



Algumas pessoas nascem para ser o centro das atenções; outras, para ser algum tipo de suporte a quem está no centro das atenções. Eu nem devia ter nascido.

Se me arrependo de algo na vida? De ter nascido.

Espero que isso não se repita mais.




Estava pensando sobre essas coisas recentemente. Eu sou tão desajustado socialmente que não me deprime ser uma pessoa pouco ou nada atraente, que frustra todas as melhores e piores expectativas, que causa uma sensação horrível em que está perto demais.

Se meus pais soubessem o que eu me tornaria, dificilmente me dariam o nome "Ariomester" para carregar. É o nome de um Rishi, ou seja, o Sacerdote Central de uma das regiões mais evoluídas de Agartha, a mítica civilização preconizada na teosofia e nos saberes trans-himalaios, descrita toscamente na literatura e filosofia ocidentais como sendo o "jardim do Éden" (aquele mesmo da Bíblia, mas muito antes da queda), "paraíso", "Valhalla" e todas as outras formas de descrever a morada dos Santos, Deuses e Adeptos mais evoluídos.

Agartha é regida por Sacerdotes e o maior deles, da sexta região, chamada Shaka (trad: O País dos Destemidos, segundo JHS), tem o precioso nome "Ariomester" e sua esposa, a Grande Sacerdotisa, se chama "Ariânia". Eles têm sete filhos e sete filhas, nunca envelhecem ou morrem. Não precisam se alimentar a não ser por luz solar, mas de um sol que existe no interior da Terra. Não são espíritos ou egrégoras - são gente de carne e osso, mas uma carne e um osso bem diferentes dos que conhecemos, ainda que tenham costelas, fêmur e tudo mais que nosso corpo tem. A diferença não está na estrutura corporal, mas na qualidade do corpo e o seu metabolismo, que faz deles criaturas muito superiores a qualquer coisa que se imagine por aqui.

O lugar que governam é tão evoluído que teríamos dificuldade em encontrar, entre os maiores intelectuais que já ouvimos falar, alguém capaz de sustentar uma conversa um pouco maior que 15 minutos com o Ariomester verdadeiro (eu sou a cópia mal feita, algum tipo de cosplay pobre que utiliza fita crepe e caixa de papelão usada para fazer sua fantasia mal cortada).

Imagino que meus pais tivessem altas expectativas ao me darem o nome que tenho. Imaginavam que eu seria uma pessoa honrada e venerada, como eles. Uma pessoa ajustada socialmente, que teria o cabelo bem cortado, lhes devotaria total devoção, teria um emprego regular, uma família própria e aos 18 anos de idade estaria já morando sozinho, facultando-os irem morar em São Lourenço/MG, sozinhos - seu confesso sonho, repetido à exaustão "quando vocês fizerem 18 anos iremos embora morar em São Lourenço e vocês ficarão aqui cuidando das suas vidas".

Minha mãe só não se frustrou completamente comigo porque morreu de câncer quando eu tinha 12. Não deu tempo de se frustrar completamente, mas eu sei que ela se frustrou muito por ser pedagoga e ter feito uma parte significativa da faculdade de psicologia. Desde pequeno já tinha entendido que eu daria errado em tudo. 

Todos os dias ela me falava que eu era muito diferente e que seria incompreendido por todos. Lia para mim o patinho feio todos os dias e diia "você é o patinho feio". Eu pouco ou nada entendia, mas pedia para que lesse de novo, pois era o único momento em que ela parava e olhava para mim. Engraçado ter saudades de alguém assim. Provavelmente tenho saudades da versão fantasiosa que criei dela na minha mente. Era nítido que eu passava bem longe de ser alguém querido e muito menos admirado por ela e menos aínda pelo meu pai.

Admiração é a sensação mais estranha que conheço. Quando surge alguém que supõe me admirar, sou o primeiro a dissuadí-la. Está me confundindo com outra pessoa e isso deve ser corrigido. 

No último dia de vida da minha mãe, ela estava sentada no sofá da sala, quando eu cheguei da escola disse: "espera, deixa eu ver você um pouquinho..." E eu disse "nunca me viu?". Ela disse "você é tão bonito...". E estamos conversados, foi a última vez que nos falamos. Nesta noite ela morreu, bem na minha frente, deitada em sua cama e eu ajudei a carregar o corpo até o carro, que saiu em disparada para o pronto atendimento, sem efeito - já chegou morta. 

Não deu tempo dela ver o que veio pela frente na minha história.

Meu pai, pobre coitado, se frustrou comigo até o último dia da sua vida. Era fácil ver o quanto eu era um peso em suas costas e sua desgraça de eu ter sido o único da família que se dispôs a cuidar dele, desde o primeiro momento da descoberta da doença de Alzheimer.

Acho que se ele tivesse condições de escalar pessoas para cuidar dele ouviríamos o "Ariomester, não", de novo. É sempre assim, em todo lugar que eu vou: "todos podem, exceto você, Ariomester - você, não".

Eu posso ser mau, fracassado, sonhador, "mundo da lua", inútil, irresponsável... escolha a forma que preferir se referir a mim. Eu não me importo.

Mas uma coisa que não sou é covarde. Infelizmente eu era a pessoa mais disposta a cuidar do meu pai e assim foi. Independente do que tenha ocorrido quando eu era criança, adolescente e adulto; independente do olhar dele até o dia de sua morte, em meus braços... ele precisava de ajuda e eu estava mais ou menos disponível - as pessoas que sempre disseram amá-lo, começando por gente da própria casa (não que seja o caso do meu irmão - ou talvez seja), que o defendiam e diziam ser uma pessoa maravilhosa e perfeita desapareceram. 

Só eu fiquei, não fugi, não recuei - aceitei o encargo e assim foi, como deve ser. Na verdade me custou muito caro em termos de energia e de trabalhos cuidar dele. Mas se não fosse eu, quem seria?

Deveria deixar que ele morresse sem cuidado?

Eu não sei ser essa pessoa. Lamentei muito, amaldiçoei a vida e o universo, mas ok.. cuidei dele, dentro das minhas terríveis limitações. Fiz o que pude. Não por carinho, gratidão, remorso.. simplesmente porque a lógica dizia que a pessoa mais disponível para a missão era eu. Isso não faz de mim alguém bom.

Isso é ser destemido? 

Não sei, mas todos os dias peço perdão ao Mestre Ariomester por estar utilizando seu nome de forma desonrosa, em meio a tantas atitudes equivocadas que eu tenho, tanto fracasso associado a uma palavra tão bonita. Por isso que eu prefiro me chamare "Ari".

"Ari" me incomoda - não é o meu nome, não gosto de ser chamado assim. Mas me dói muito mais utilizarem a palavra sagrada "Ariomester", nome de um Rishi, em vão, ao lidarem comigo: um fracassado. Por isso prefiro que digam "Ari", mesmo sentindo incomodado com isso.

Digo abertamente que sou um fracassado e os videos da época da infância mostram que isso tem sido alardeado por mim há bastante tempo. 

Ultimamente, para ser bem sincero, tenho reconsiderado essa premissa. Não que eu tenha deixado de ser um fracasso completo, como prova a minha história com todos os seus elementos; além do persistente desajuste social sem a causa em alguma enfermidade como autismo ou superdotação.

Eu sou uma pessoa má e ruim. Isso é um fato inquestionável, mas não quer dizer que ficarei a vida toda fazendo coisas ruins ou malfeitas porque não gosto da ideia de ser determinado por nada. Quem me determina sou eu e nem tente outra pessoa ou mesmo o karma intervir. Quem manda em mim sou eu e estamos conversados.

Mas estou sendo obrigado pelas evidências que tenho encontrado em meus comportamentos e história a aceitar que talvez meus pais tenham tido a chance de me ajustar e a jogaram fora, em diversas ocasiões diferentes. Certamente eu seria uma pessoa mais feliz, o que não é difícil encontrar pois sou um dos mais tristes que conheço e um dos poucos ex-suicidas que já cruzei em tdos estes anos.... e conheci muita gente! 

No vídeo de onde vieram esses prints há um momento em que alguém fala "Ariomester, vai e entrevista o seu irmão, Artênius e logo em seguida a minha mãe fala 'o Ariomester, não! Coloca o Dirceu que é melhor'" e o menino Dirceu nem consegue formular uma pergunta, enquanto eu estava falando, animado, tentando deixar todos alegres e animados; e desde pequeno tenho uma certa facilidade em falar (geminiano). Mas...






"O Ariomester, não".

Numa outra gravação meu pai grava em fita cassette o que eu relatava em meus sonhos com desdém e fazendo graça, mas na época eu não percebia. Era um dos poucos momentos que ele olhava para mim e me dava alguma atenção, para mim era o ouro. Mas isso veio com um elevado preço.

Ou talvez fizessse, inconscientemente, algum tipo de vista grossa. É difícil a um filho assumir que o pai não gosta da gente na mesma proporção que gostamos dele.

Lembro que eu era pequeno e tinha um sonho recorrente: minha mãe estava deitada numa cama, doente e dizia "meu filho, me mate". Eu chorava muito, mas sempre matava. Quando ela começou a adoecer, passou a ficar cada vez mais distante de nós, segundo ela, "para nos preparar para a sua partida". Mas acredito que antes da doença ela já adotasse uma postura mais distante.

Era sobre isso que eu estava pensando.

Tenho uma saudade enorme dos anos 1980 e 1990, mas se tivesse a oportunidade de voltar a ser criança onde cresci, prefiro deixar como está. Não tenho um pingo de saudade da minha infância e nem da  adolescência, mas tenho dos lugares, dos cheiros, gostos, do silêncio, da ausência de tantas antenas e redes sociais.

Era uma época muito calma se comparada à forma como vivemos atualmente. Sinto bastante falta disso.

Adoraria andar nos ônibus dos anos 80 de novo, dar uma volta nas lojas, nas boates, nos parques, enfim.. nos lugares que já visitei, mas na época nem imaginava que existissem. Adoraria passar uns dois anos de volta: um em 1987 e outro em 1996, por exemplo, mas como o adulto que sou hoje e não como a criança/adolescente que eu fui. Não quero aquilo de novo nem mesmo se tivesse a oportunidade de consertar o que deu errado (praticamente muita coisa).

Nos últimos anos de vida do meu pai, quem cuidou dele fui eu.

E mesmo debilitado pela doença de Alzheimer, ainda dava para ver no olhar dele o peso que eu sempre fui, não apenas financeiramente, mas enquanto algum tipo de frustração pesada.

É o que eu faço melhor: frustro as pessoas. em especial as mais próximas, justamente porque eu não fui "programado" corretamente quando era pequeno. E não falo de programações comportamentais, mas de algo que excede um pouco o comportamento.

Quando uma pessoa é pequena, é como se o seu aura ou nadis fossem vulneráveis a influências, em especial dos seus pais. Isso significa dizer que com o passar do tempo, a forma como psicologicamente a pessoa é tratada vai lentamente programando seu aura para emitir algumas frequências e inibir a emissão de outras.

A morte seguida de ressucitação nos Mundos Interiores ou reencarnação são capazes de fazer com que o aura, por mais fechado que seja no momento da morte, esteja vulnerável por tempo o suficiente e ser rapidamente reprogramado.

Uma quantidade apreciável de doenças tidas como físicas são resultado de desequilíbrios no aura. As minhas alergias, inespecíficas e aparentemente de fundo emocional são um exemplo, que poderia incluir problemas cardíacos, endócrinos, neurológicos e muitos outros.

Quando eu era pequeno, fui "alimentado emocionalmente" (psicologicamente) com emoções e elementos que jamais deveriam ser oferecidos a mim. É como dar doce a um diabético, ou camarão a alguém alérgico a frutos do mar.

Por causa disso, resultado da interação do meu organismo astral (duplo etérico) com as emoções e situações emocionais e psicológicas em que vivi, acabou gerando padrões de emissão no aura que vão me acompanhar por toda a vida e continuarão causando problemas. São padrões que desorientam as pessoas, despertam nelas coisas terríveis e isso faz com que queiram se afastar de mim.

Contudo, como imagino que este blog estranho só será valioso talvez daqui a 200 ou 300 anos, provavelmente já existirá até lá uma forma de interagir com o que escrevo sem ser impactado pelas emissões nocivas do meu aura. Daí ser tão importante que eu deixe evidente como eu me sinto, vejo e sou visto (fracassado), para que sejam aplicados os adequados filtros a este material e ele tenha alguma serventia.

Ao ser pai, muita coisa mudou na minha forma de ver o mundo. Se os filhos esboçam alguma bronquite ou gripe mais forte, já levamos direto ao pronto atendimento, mesmo que seja para voltar com a prescrição de "repouso e paracetamol se tiver febre acima de 38,5ºC). Se suspeitamos que os desenhos estão influenciando negativamente, os suspendemos imediatamente, trocando por outras atividades. Somos pais atentos aos menores detalhes e buscamos oferecer aos filhos aquilo que os faça sentir bem, do jeito que são, alegres e empogados.

Por outro lado, nunca fui a um pronto atendimento até ter mais de 30 anos de idade. A não ser uma vez que um cachorro mordeu meu braço e eu quase precisei levar pontos. Quando criança e adolescente, nunca fui ao pronto atendimento.

As pessoas falavam "muita gente vai ao médico somente para conversar" e eu pensava "pode ir ao hospital mesmo se não for caso de morte eminente"?

Até mais de 30 anos de idade, eu ainda via as coisas assim. Lembro de muitas noites passando muito mal, quando criança, por conta da bronquite, sem conseguir respirar, pedindo ajuda aos meus pais e sendo negada. Lembro de ir dormir, muitas vezes, pensando que eu morreria asfixiado de noite. Deitava e me despedia de tudo, pois tinha certeza que morreria durante a noite.

Isso repetiu muitas vezes, assim como as cáries nos dentes, alergias fortíssimas, além de um monte de dificuldades e me relacionar, porque era sempre pareado a crianças que prejudicavam a minha expressão e forma de ser. Nunca tiveram o cuidado de me levar para junto de crianças que me aceitassem, ou gostassem de mim - sempre tive a sensaçãod e estar em território inimigo, como um submarino armado até os dentes passando incólume por baixo das embarcações inimigas.

Isso fez com que muitos padrões de vibração do meu aura fossem programados para repelir as pessoas e ao mesmo tempo me atrair situações desfavoráveis.

Curiosamente, as crianças não percebem esse tipo de coisa e se comportam de forma linear, ou seja, não parecem estar sofrendo, nem sendo mal influenciadas. Mas quando a adolescência chega, é como se o ciclo fechasse e apartir de então, os comportamentos que vemos na fase infantil desaparecem, dando lugar ao que foi programado implicitamente através de castigos, rotinas, hábitos etc.

Talvez isso esteja ligado com os ciclos de testosterona e estrógino, de alguma forma: entre 3 e 6 anos, em que há um pico de tais hormônios, fazendo dos meninos muito travessos e das meninas muito introspectivas, como algo que abra o chamado aura a tais influências, por a mente ainda não estar programada.

Depois, com o despertar da puberdade tal influência seja interrompida e a partir de então o sujeito será influenciado pelo que foi acumulado durante a sua infância, desfazendo naturalmente o comportamento infantil e dando lugar ao que ele aprendeu, implicitamente. É o momento em que as meninas vestidas de princesa se tornam rebeldes; os meninos bagunceiros se tornam gente muito reprimida e assim por diante - aquilo que foi programado implicitamente, por trás de um comprotamento constante começa a falar muito mais alto do que aquilo que mostravam.

Até porque nenhuma menina nasce princesa - são os pais, quem geralmente querem que as filhas sejam princesas e elas docilmente aceitam; até um ponto em que aquilo que foi acumulado psicologicamente toma conta da personalidade da criança, mostrando a versão adulta desta criatura.

E talvez por isso, agora, aos 45 anos de idade, em que a testosterona baixa, seja possível a mim escapar de algumas dessas perturbações. Vamos ver e é possível. Este iníciod e ano tive uma experiência muito favorável neste sentido, no fatídico IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária). Ainda que tenha tido problemas com algumas pessoas, com um monte de outras eu era uma fonte de inspiração (como disseram), uma pessoa extremamente empolgante (como disseram), alguém que faz falta (como disseram). Vamos aguardar e ver como as coisas procedem.

Lembro que eu era criança e adolescente difícil de lidar.

Meus pais achavam que eu era autista, me levaram a um psicólogo que constatou que eu tinha uma inteligência acima da média, mas não autismo. Lembro dos meus pais me olhando e dizendo "ele é esquisito". Eu era um menininho muito animado, agitado e inconveniente.

Eu era um adolescente ainda mais difícil de lidar. Lembro que fazía piada com um rapaz que morreu num racha de carro, ao ter ido comprar pão para a família. Ele tinha 14, 15 anos de idade. Era um "playboy".

Hoje, como pai, não imagino a dor da família em perder um filho nessas circunstâncias e só lamento por eu ter tido esse tipo de reação à luz da época.

Sem contar uma vez, no final dos anos 1990, em que estávamos numa festa muito chata, repleta de gente esnobe. Entrei no banheiro e cuidadosamente passei sabonete em todo o piso do banheiro. Fiquei do lado de fora dando risada ouvindo o povo cair no chão.

Acho que seria mais lógico ir embora.

Muitos anos antes, em 1989, fui a uma festa da escola. Foi a única vez que fui a um aniversário de coleguinha de sala, eu tinha 10 anos.

Lembro que tentei interagir com as pessoas, mas me senti extremamente desconfortável. Eram crianças de classe média e média alta, a festa fora numa mansão, eu estava muito animado para ir. Mas assim que cheguei, senti uma vontade de sair correndo de lá, ir embora, me senti extremamente desconfortável. Excluído, alguém que não é bem vindo, alguém que não devia estar lá.

Multidões nunca me incomodaram. Não me sinto mal quando estou cercado de gente, podem até ficar falando comigo ao mesmo tempo ou fazendo barulho que eu não vejo problema algum. Mas aquelas pessoas da festa... senti como se eu fosse o pior de todos, o mais fracassado que existe.

Sai correndo, bati a cabeça numa porta de vidro, o povo ficou rindo, eu saí e fiquei num cantinho da mansão, sozinho, vendo a festa acontecer de longe e ninguém veio ficar comigo, nem quiseram saber se eu estava bem. Depois de um tempo, pedi a um adulto que ligasse para o meu pai.

Nos vídeos de festas de aniversário aqui em casa, da época, não encontramos nenhuma criança da escola (Pitágoras). Porque eu não tinha quem convidar e se tivesse teria vergonha de mostrar uma casa normal de classe média a crianças enfeitadas com coisas compradas na Disneyland (lá nos anos 1980...).

Os três anos que passei no Pitágoras Pampulha foram muito definidores, neste sentido.

Imagino que ao redor dos 10 anos de idade seja uma idade de transição, supondo que minha premissa esteja certa (o aura emite frequências que podem tanto atrair quanto repelir pessoas, mesmo sem a pessoa dar uma palvra ou até mesmo por um chat de internet).

Foi a minha época no Pitágoras: 1989, 1990 e 1991.











Era uma escola enorme (25 mil metros quadrados). Eu tinha estudado numa escola pública na primeira e seugnda série do ensino fundamental; e no jardim de infância que mamãe transformou a nossa casa, entre 1983 e 1985.

Tinha lanches que não existiam no meu bairro, muitas salas, desde crianças pequenas do chamado maternal (2 a 6 anos de idade) até adolescentes do final do ensino médio (18 anos). Tinha grandes piscinas, quadras e até uma tirolesa no parquinho, que devia ter mais de 1000 metros quadrados.

Meu sonho sempre foi ser motorista de ônibus. E pela primeira vez na vida íamos para a aula nos famosos ônibus especiais. No meu caso, era o 06, cujo motorista se chamava Olegário, apelidado "Lagoa", porque ao invés de ir pelo caminho mais rápido, todo dia dava meia volta na Lagoa da Pampulha, sendo que não pegava nem deixava nenhum aluno lá. Acho que era só pela experiência de dar a volta na Lagoa da Pampulha dirigindo ônibus, mesmo.

Desse mundo formidável, com um monte de colegas novos, que eu estava extremamente ansioso para conhecer, apesar de eu ser muito tímido, restou somente uma lembrança: o som do meu tênis pisando os infinitos corredores de madeira do Pitágoras, sozinho, no recreio.

Eu não consegui enturmar. Acho que as crianças eram muito diferentes de mim e por isso não nos tornamos amigos. Ou porque meu desenvolvimento é bastante retardado, como já mencionei anteriormente.

Na hora do recreio, sem ter com quem brincar, porque minhas brincadeiras pareciam tolas, nem ter com quem conversar, porque as coisas que eu gostava (ciência) ninguém achava importante, eu ficava a vagar pelos corredores do antigo prédio, ouvindo meu pé pisar a madeira ao longe as outras crianças brincando, conversando, se divertindo...

Engraçado que eu nunca tive dificuldade em fazer amigos, aproximar das pessoas... me falta, muitas vezes, uma motivação. Da minha experiência eu já imagino o quanto serei rejeitado e para que isso não continue ocorrendo "à toa", eu fico muitas vezes quieto no meu canto. Não falo nada do que sinto, nada do que faço, não falo nada.

Acho que eu sou um peso na vida de todo mundo e por isso eu prefiro resolver todos os meus problemas sozinho, sem nem mesmo dar a entender que tenho algum problema. Tenho dificuldade em buscar ajuda porque eu quero resolver tudo sozinho, sem incomodar ninguém. Engraçado que na próxima escola (Promove Pampulha), por ter muitas crianças do meu bairro acabei fazendo um monte de amigos e ainda que tivesse extrema dificuldade em falar como me sinto, em falar se estou sofrendo, em falar se gostava de alguma menina, ou mesmo entender que eu fosse merecedor de ter um relacionamento com alguém minimamente decente... fiz muitos amigos e de forma bem fácil.

Isso acontece até hoje, em todos os lugares que eu começo a frequentar. Acho que é natural ficar amigo de todos, mresmo que nem todos sejam meus amigos. Minha mã estava bem equivocada sobre o "autismo".

Lembro da primeira vez que andei no ônibus escolar, fomos os primeiros a entrar, eu dei "bom dia" para todo mundo, acho que ninguém me respondeu. Ao entrar, vi meu nome numa lista na parede e indicação de uma sala de aula, nunca tinha passado por tal experiência. Mas no último ano, lá estava o ônibus, eu não dava mais "bom dia" a ninguém, ficava quieto no meu canto; ao ver meu nome na lista pensaei "lá vamos nós... mais um ano nesse inferno".

Acredito que isso teve um impacto bem significativo no meu aura e acabou por consolidar muitas frequências nocivas que vão me atrapalhar a vida toda. Frequêncas que nem deveriam existir ali, em primeiro lugar.

Mas já que existem...

Faz pensar sobre como as crianças são criadas e o tipo de coisa que muitas vezes é implantado em seus auras e que acabe as forçando viver situações desagradáveis; e o quanto po tencial de todos poderia ser melhor explorado se durante a infância cada um tivesse sido nutrido emocionalmente da forma adequada.

Muito bem, Ari, o que isso quer dizer, na prática?

Quando uma criança faz alguma bagunça e é duramente repreendida, apanha ou sofre algum tipo de violência (física, moral, emocional, psicológica), ela se sente péssima por não ter correspondido ao que o adulto (um pai ou mãe, por exemplo) gostaria que ela tivesse feito.

Ela provavelmente tentará várias outras vezes revisitar a cena que ocorreu, tanto inconscientemente repetindo a bagunça, quanto tentando agir de forma a não ser novamente repreendida, mas através de comportamentos estranhos - esteriotipias comportamentais, problemas na fala, sono, pesadelos etc. Crianças são pessoas muito resilientes e persistentes. 

Se repetidamente ela chega no mesmo resultado - repreendida, magoada, triste, ela não pensa "esse adulto não gosta de mim, vou procurar outro que goste". Ela pensa "eu não sou boa o bastante - fui incapaz de fazer quem eu amo me amar de volta".

Para mim, que vivi essa situação a vida toda, gostar de quem não gosta de mim, insistir com quem não me queria por perto sem entender porque eu fazia isso... é como escrever um testamento ou autobiografia.

Logo, cada criança terá um tipo de criação específico e mesmo entre irmãos gêmeos pode ser que cada um necessite de uma "dieta emocional" diferente: estímulos emocionais e intelectuais, situações sociais, relação com o corpo, alimentação, sono etc.

Tratar a qualquer criança como se trataria "a toda e qualquer criança" costuma ser um erro dos grandes, que trará muito mais problemas que soluções. Virar as costas para a criança, como fizeram comigo, fará a pessoa ver o mundo por um ângulo ou perspectiva muito estranho e inusitado: de trás pra frente.

Ao invés de ver o rosto feliz de quem abre os braços para te abraçar, você verá as pessoas de costas, fechando a porta diante de suas investidas, por melhores, mais bem calculadas e conduzidas que sejam. É sempre frio lidar com pessoas; calor, para mim, somente o do sol mesmo, que curiosamente eu preciso senão adoeço.

Tem dias que eu preciso ficar coarando no sol do meio dia por mais de uma hora para sentir energizado. Isso faz o meu aura ficar mais forte. Talvez repercussão hiperfísica de ter o nome "Ariomester", de um um Rishi de um lugar em que todos se alimentam das emanações de um sol que nunca se torna noite - é sempre dia. Coincidência engraçada, para não voltar com as especulações sobre crianças trocadas: nasce uma aqui na face da Terra, ela é levada para os Mundos Interiores e em seu lugar é colocado um bebê idêntico, vindo dos Mundos Interiores. Eu não sou tão valioso assim, acredito que meu caso seja mera coincidência (é a solução lógica para a questão).

Eu desisti de mim e do mundo tão cedo que nem lembro quando foi. Sinal de que essas inadequações psicológicas vêm de bem pequenino...

Porque chega um ponto em que fica claro que insistir é perda de tempo, dar uma outra chance aos adultos é inútil, pois independente do que façamos, o resultado será sempre o mesmo. E será muito ruim.

Ultimamente tenho pensado muito na minha morte.

Estes escritos têm muito a ver com isso - a urgência de deixar um legado, por pior que seja, como creio ser este blog.

Eu gostaria que ao morrer fosse como um sono, em que eu acordasse numa outra época, num outro lugar, sem as pessoas que conheço e conheci. Tudo novo, inclusive sem lembranças até mesmo de ter escrito esse blog.

Mas dispor de lucidez suficiente para visualizar isso inviabiliza este desfecho. Atesta que não terei condições de realizar essa próxima encarnação pois teria consciência demais de quem sou e um aura estranho demais para fazer um ajuste ao corpo de uma mãe e os pensamentos de um pai daqui. Essa solução, que seria a minha escolha, não existe.

Mas quem sabe morrendo seja possível reparar os meus erros de programação? Parece bom, mas como a voz misteriosa me venceu em 1994, não vou "me deixar morrer". Vou continuar vivo e fazendo o máximo de coisas boas que eu puder, mesmo sabendo que não sou uma pessoa boa.

Porque quem manda em mim sou eu.

Mas enquanto eu não morro, fico feliz em orientar os filhos (que são muito parecidos comigo) a não errarem onde eu errei, por uma infelicidade de criação. Tenho os acompnhado muito de perto, abri mão de empregos e vida social para estar ao seu lado, orientando-os passo a passo até conseguirem raciocinar por conta própria, tomarem as próprias decisões... e ajudando-os a lidarem com esse mar de pessoas malcriadas - que foram machcucadas, humilhadas, abandonadas pelos seus cuidadores adultos sob pretextos tais como "dar limite", "dar uma boa condição de vida", "dar um exemplo de sucesso" etc.

Certamente eles sofrerão muito nas mãos dessas pessoas e enquanto estiver vivo continuarei orientando os dois filhos. Não faço ideia até que idade precisarei fazer isso, mas estou com tempo, não tenho pressa. :)