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Friday, May 03, 2013

Vamos sonhar?

Sonhos.

O que são sonhos, se não resquícios de memórias embaralhadas, para serem decifradas?


Em um ponto todas as ciências, tanto a oficial quanto a ocultista concordam: sonhos são parte importante do que chamamos de memória, ou seja, a capacidade de recordar, reter, reaver, fazer-se sentir novamente algo ocorrido anteriormente ao momento da recapítulação (Recall) da memória. Ou melhor, sonhos são explicitamente os elementos de memória expostos de uma maneira mais ou menos desorganizada, ou fora da sua sequência cronológica de formação. Excelente.


Freud acreditava que os sonhos representavam a parte da memória que não tínhamos como esquecer, sendo eclipsada por um sistema secundário de memória, chamado "consciente", cujo papel era manter disponível à consciência elementos de memória mais recentes, ou de uso constante. Por exemplo, o lugar onde estamos, com quem estamos, quais as palavras devemos utilizar ao escrever num blog etc. O outro sistema, primário, chamado por ele de inconsciente, era onde residiam os instintos e aprendizados que obtivemos através dos instintos, sensações e emoções fortes, sobretudo na primeira infância, enquanto ainda não utilizamos linguagem falado ou entendemos os "por quês" e regras sociais.


Jung dizia que os sonhos representavam mais do que o inconsciente, sendo a sua estrutura um traço comum dos hominídeos. Em sua jornada através de vários países e povos, encontrou sonhos parecidos, que poderiam ser facilmente decompostos em figuras ou estruturas comuns - o fogo, a água, a roda, a cruz, a casa, a caverna, o animal alado, o animal rastejante etc. Sua conclusão foi a de que primeiro, os seres humanos compartilham uma herança epigenética que é ou foi impactada por eventos coletivos de enorme valor emocional (catarses), marcando-se para as gerações futuras (Arquétipos); e segundo, que de alguma forma, as pessoas compartilham experiências telepaticamente e estas experiências de alguma maneira somam-se às memórias de cada um, formando, em conjunto, os arquétipos, que servem como sustentação dos elementos inconscientes dos sonhos. Muito inteligente e bem observado.


Do ponto de vista fisiológico, diz-se que os sonhos são reativações neurais de grupos de neurônios que foram ativados durante a vigília. Para citar um experimento clássico, Cientistas implantaram eletrodos no cérebro de um pássaro e registraram a atividade cerebral dele. Durante a vigília, emitia um canto cujo perfil neural era muito claro no espectro analisado. Ok. Durante o sono, sem cantar, este padrão repetia-se diversas vezes, donde concluiram que o animal "sonhava" estar cantando. Interessante que este canto é característico do acasalamento da espécie, lançando a questão se haveria um "outro" (no sentido de um outro sujeito, um semelhante do sexo oposto), ou outros (talvez rivais?) no sonho do pássaro. Legal, né?


Segundo a Eubiose (linha de raciocínio que eu sigo), os sonhos são lembranças de experiências que vivemos tanto acordados quanto dormindo; tanto desta encarnação, quanto de anteriores; tanto do presente, quanto do futuro; tanto das certezas, quanto das hipóteses e expectativas que não se concretizaram. Ou seja, nossos sonhos representam aquilo que somos - seres multidimensionais, mas devido à nossa criação e costumes, habituados a enxergar as coisas apenas por um ponto de vista.


Se perguntado, um machista dirá que lhe é impossível entender a possibilidade de uma mulher governar um país. E se mostrado o resultado do governo, seja bom ou ruim de uma mulher, ele apontará invariavelmente, ou em casos mais graves distorcerá todas as informações para que pareça ruim, ou seja, que é tecnicamente impossível. Ou mudará de idéia e deixará de ser machista.


Da mesma forma procedemos em nossas vidas cotidianas, fundamentadas num materialismo um tanto além do limite do absurdo. As sociedades fazem-nos acreditar que só uma verdade é possível, que apenas uma realidade é factível e que apenas uma história pode ser contada. Sendo a história de cada um mera repetição de um discurso introjetado e muitas vezes criado conscientemente por algum semelhante.


Acreditamos, em Eubiose (e similarmente em diversas outras escolas iniciáticas), que o cérebro é um órgão muito especial. Como resultado da confluência de diversos sistemas de forças, é naturalmente um agente transdimensional. Sendo assim, é capaz de interagir com fagulhas de diversas realidades e universos. Em palavras mais simples, é capaz de influenciar e se deixar influenciar por fragmentos de realidades outras que em geral desconhecemos.


Por exemplo, vamos supor que numa outra realidade, ou diríamos, num outro universo, os prótons não têm carga e uma outra interação atômica aconteça. Uma vez que somos feitos de átomos materiais, nos é impossível entender completamente algo desta natureza, mas devido ao cérebro possuir ao seu redor uma infinidade de particulas completamente desconhecidas da ciência atual (2013 DC), consegue interagir por frações de segundos com elementos desta outra realidade. E tais elementos fazem com que algumas sinapses ocorram, outras não. E assim, influenciam nossa consciência.


Evidentemente, mudar-se para um universo paralelo é impossível utilizando o atual corpo físico de que dispomos, já que sua constituição é primordialmente de elementos do universo que conhecemos. Mas da mesma forma, é totalmente plausível que outras formas de vida existam em outros universos e que nossa interação com elas (e vice versa) dê-se fragmentadamente, como uma breve lembrança ou mero desvio de sinapse. E ainda mais, que num mesmo universo nossa constituição exceda as três dimensões físicas: densidade, energia, auto-replicação. 


A idéia de multidimensões é mais fácil de assimilar: uma pirâmide, vista de perfil, sempre lembra um triângulo. Mesmo que demos voltas e voltas em sua base (quadrada), sempre existirá um ponto central no quadrado que representará o topo da pirâmide. Ou seja, será sempre um triângulo, seja visto de perfil, seja visto em corte ou no plano pois obrigatoriamente precisará ser representado o ponto central, ligado às quatro extremidades da base, formando inconscientemente, ou veladamente, um triângulo.


Assim recobramos a idéia de consciente/inconsciente tão bem apontada por Freud, Jung e outros.


Ou seja, nosso sistema de memória provavelmente expande-se para bem além das três dimensões em que tem sido estudado pelos fisiologistas. E mais, aquilo que chamamos de sonho pode ser facilmente compreendido como uma forma de organizar tantas experiências oriundas de tantas dimensões e universos. Ou seja, sonha-se com aquilo que é real, independentemente de onde tal realidade esteja.


Outra vez chegamos a um conceito caro à Eubiose, de que a criatividade é produto da consciência; e que o incônscio nada cria, senão repete algo já criado ou algo oriundo de seus sonhos. A isto deve-se a presença, durante a vigília, de uma outra entidade, a que chamamos Mônada, ou espírito, que durante o sono, em geral, ausenta-se de nossas ações, deixando espaço para o cérebro reorganizar-se e preparar-se para o que virá no dia seguinte.


Razão pela qual as tentativas de hipnotizar-se ou a terceiros; induzir estágios do sono como aqueles empregados na "viagem astral" pode ser algo muito nocivo ao sujeito. Pois força-se o cérebro a entrar em um estado fisiológico que não ocorreria naquele momento, fazendo com as experiências não sejam apreendidas da melhor forma possível, resultando em danos à saúde do praticante da viagem astral. O mesmo vale para usuários de substâncias que atuem modificando desordenadamente o funcionamento cerebral, como as drogas, álcool, vícios em geral.


Assim, quando dizemos sonhar em obter algo, ou que gostaríamos de ter obtido algo, na verdade estamos programando nosso cérebro a buscar tais coisas. E dependendo da distância de que se encontram de nós; e o ambiente a nosso redor, será mais fácil ou difícil ao nosso cérebro trazê-las para perto de nós. Uma pessoa que sonha em ser piloto de corrida mas não tem coragem de entrar em um carro, ou evita aproximar-se de pessoas ligadas à atividade está distanciando-se daquilo que quer; e o sonho pode tornar-se um pesadelo, na intenção de deixar de pensar nele. Por outro lado, um escritor que deseja escrever melhor e passa a ler mais e interagir com outros escritores e pessoas afins, está "incosncientemente" programando seu cérebro a buscar, entre todos os universos que consegue acessar, aqueles afins ao seu desejo e coisas do tipo "portas abrem-se", "oportunidades surgem", "hora certa e lugar certo" começam a acontecer etc.


Legal né?


Nem tanto.


Vivemos num mundo de grosseiras e grosseiros que fazem todo o possível para não pensarem, não sonharem, não tornarem-se pessoas melhores. Tanto que estão a todo o tempo a desejarem que os demais sejam destruídos ou convertidos à sua seita ou pensamento, na casta conveniente. E todos possuem cérebros; que irão buscar aquilo que está sendo programado. Ou seja, pode ser que estejamos em péssimas mãos.


E novamente, não o combate, mas inteligência e bastante pensamento positivo pode ser a chave para um mundo melhor.


Afinal, não é novidade neste universo que frequências mais altas, como as ligadas à inteligência, criatividade, amor, paz de espírito; e maiores amplitudes superam as baixas frequências e de baixa energia, tão caraterísticas da humanidade atual, muito bem representada pelo materialismo doentio e os vícios e doenças como modo de ser.


Bijam.




Ariomester