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Wednesday, March 19, 2025

Os (as) deuses (as) lunares

 Eu tive um sonho....




Antes de quaquer coisa, é importante reforçar o óbvio: esta publicação e este blog são produções independentes, que não fazem parte de nenhum material de suporte, ensino ou divulgação da Sociedade Brasileira de Eubiose.


Eu tive um sonho, vou te contar: eu me atirava do oitavo andar. E era preciso fechar os olhos para não morrer e nem me machucar - é o que devemos fazer, não temos que ter medo - é o que devemos fazer!


Vamos supor que tenhamos dormido e nas profundezas do sono nos vejamos próximos a uma bela montanha, toda verde, sem grandes árvores, apenas mato e arbusto. Existe uma simpática e singela casinha rústica onde estamos, mas sentimos que devemos subir a montanha.

É o que devemos fazer!

Em pouco tempo já estamos distantes da casinha, em meio ao verde da montanha, quando somos surpreendidos por um imenso disco voador. Em plena luz do dia, pairando bem à nossa frente. Ele é silencioso, gira lentamente mostrando suas luzes coloridas.

Antes que tenhamos tempo de ficar assustado, a nave pousa e dela saem pessoas muito altas, mas igualmente simpáticas. Não sentimos nem surpresa, nem medo, nem nada, a não ser uma forte sensação de realização.

Eles nos convidam para assistir a um filme em sua nave e atendemos ao seu pedido.

"É uma História do nosso mundo", um deles diz, ao iniciar a projeção do filme.


O filme começa com uma tela toda escura, que numa fração de segundo se torna branca, a seguir revelando não se tratar de um tecido homogêneo, mas uma infinidade de pequenas esferas: átomos de hidrogênio, cada qual sutilmente diferente uma da ourta, mas ao mesmo tempo tão semelhantes entre si que conseguem se combinar.

E por força dos deuses, isto é, forças cósmicas como a gravidade começam a agir, criando nebulosas, estrelas, planetas e assim por diante, até figurar o nosso sistema solar.

No filme foi informado algo sobre deuses, mas nenhuma pessoa ou algo equivalente pôde ser visto no filme, apenas forças universais, as chamadas "leis físicas" (como a gravitação), que ao exercerem sua força sobre os átomos acabam por desencadearem novas organizações da matéria, que por sua vez terão suas próprias regras de funcionamento - tão diferentes quanto sejam as diferenças entre as aplicações das forças universais / tão semelhantes a ponto de serem comparadas umas às outras.

O filme abruptamente mostra um bebê grande dentro do útero materno; destaca-se que o coração da criança bate o tempo todo, num ritmo específico, como se repetisse as mesmas notas musicais numa cadência infinita, variando a intensidade e velocidade das notas (batimentos), mas mantendo as mesmas quatro notas (dó, ré, sol, si em nossa escala musical ocidental, por exemplo).

O ritmo do coração do bebê segue regras próprias que são diferentes das regras de orbitação da lua ao redor da Terra. Porém, conceitualmente, é possível estabelecer uma ligação entre os dois fenômenos, por serem governados por regras físicas tão estritas que a mínima violação levaria o sistema ao colapso.

Parafraseando Seyia de Pégaso - "Deuses? O que são deuses?"

Se de certo modo todos somos produtos destas forças universais (ou "deuses primordiais") e de forças menos universais, como as que regem a fisiologia (ou "deuses secundários", tulkus etc), é razoável assumir sermos filhos de deuses e deusas. E que portanto, Deus é aquele cuja existência faz com que nós, criaturas, existamos.

Se não existisse uma força nuclear forte, os átomos se desintegrariam, impossibilitando a formação de moléculas, células, tecidos...

Se não existissem forças termodinâmicas, não seria possível a existência da própria matéria; dito de outra forma, a existência da matéria atesta a existência de forças naturais que fazem com que a matéria exista: Deuses.

Nem temos tempo suficiente para mais devaneios e o filme corta abruptamente, mostrando uma civilização bastante intrigante. São os adoradores do destino, pessoas que passam o tempo conversando e buscando influenciar o destino através dos seus pensamentos e atitudes.

É uma forma bastante intrigante de união à natureza, ou melhor dizendo, aos Deuses (os processos naturais, dentre os quais existe a mente). Ao olhar a forma como se movimentam, falam e pensam, não encontramos um padrão claro. não parecem seguir tendências ou cadências; seu movimento é quase aleatório, imprevisível. Mas prestando um pouco mais de atenção, notamos que eles seguem padrões, mas são muito complexos, de tal modo que o pensamento e a atitude de cada um se reflete nos demais, fazendo com que adotem uma postura muito rigorosa em relação ao que pensam e como agem.

O filme mostra construções que do nosso ponto de vista parecem ser Templos, com amplas entradas,  pórticos gradiosos, muitas colunas, largos salões.

Alguns deles não têm nada em seu interior, a não ser uma pequena piscina (ou algo parecido com uma piscina), poucas flores e algumas inscrições. Ninguém entra nestes templos, pois é um "templo mental", quer dizer, todos pensam e mentalizam boas vibrações para o Templo, sem a necessidade de se posicionar materialmente dentro dele; na verdade evitam entrar dentro deles para não prejudicar o que já foi mentalizado ali.

O filme corta novamente e mostra a Lua e a Terra, ambas em formação, depois enquanto dois planetas distintos; e finalmente da forma como entendemos a relação Terra-Lua. Voltamos no tempo.

No que hoje chamamos por Lua existiu vida, atmosfera, água em vapor. Não eram pessoas com dois braços e duas pernas, mas era alguma forma de vida material consciente. Assim como as formas de vida conscientes que habitaram o planeta Vênus deram origem às formas de vida que habitaram a Lua; as formas de vida conscientes lunares dariam origem às formas de vida da Terra, que conhecemos muito bem.

Mas em algum momento esse ciclo de geração e formação foi quebrado. E a vida surgiu na Terra antes do previsto, ou de forma diferente do que seria, caso o ciclo universal tivesse sido mantido.


"Eu tive um sonho, vou te contar: eu me atirava do oitavo andar"

Oitavo passo da ioga da Patanjali é chamado Nirvana, o "estado de consciência divino; ou o estado de consciência de Deus".


Olhando com atenção, nota-se que uma parte considerável dos seres vivos mais conscientes da época lunar conseguiram dar vida a um grupo de terceiros, ou seja, tornaram-se deuses (deusas, no caso). Contudo, uma terça parte deste grupo não foi capaz de alcançar tal status, por diferentes razões, dentre elas um crescente egoísmo, individualismo, ate mesmo materialismo e sentimentos dessa ordem, que tornaram proibitiva a continuidade da vida lunar, fazendo-a surgir abruptamente na Terra e para ela transbordando muito da água e da vida lunares.

Para que as criaturas que hoje dizemos ser humanas, tivessem forma, era preciso orientação.  Em seus primórdios, a chamada humanidade era muito mais inerte do que se possa imaginar - nada queriam fazer, nada faziam, meio que simplesmente existiam em estase. Antigos deuses, de tempos bem anteriores à época da vida lunar, assim como deusas lunares ajudaram a dar origem à humanidade, doando até parte de seus corpos sutis para gerar as almas humanas, impelindo-as a fazer algo que fosse condizente à capacidade mental que traziam por constituição.

Contudo, um certo grupo de quase deusas lunares se opôs a isso, ou não foi capaz de realizar o mesmo, sendo que seu desenvolvimento havia sido interrompido e precisava chegar até o final. Para piorar, vários deuses muito antigos, nativos dos planetas Mercúrio e Vênus se deixaram envolver pelo que ficou conhecido como sendo "A Revolta do V Senhor", arrastando para suas práticas inicialmente incompreensíveis uma larga porção das deusas lunares incompletas.

"A tradição chama as deusas lunares 'Barishades' e as quase deusas 'Banthe Jahuls' ", disse um dos simpáticos Mesrtes que nos disponibilizaram o vídeo.

O video volta a mostrar algo que poderia ser considerado cotidiano naquele lugar diferente e intrigante que os Mestres que pilotavam o disco voador chamam de "lar" - Agartha.

Dá-se a impressão de que todos - de aparência quase adolescente, muito esguios e de elevada estatura - são de algum modo casados ou pareados em casais heterossexuais profundamente monogâmicos, almas gêmeas. Não se viu casais se abraçando ou beijando, nem mesmo andando de mãos dadas, mas uma estranha sincronicidade une os pares masculinos e femininos por lá.

O que um começa a dizer, muitas vezes se torna a fala do outro, mesmo que estejam falando com pessoas diferentes, Existe um senso de cuidado que é difícil de explicar, como se se cuidassem um do outro e coletivamente uns dos outros.

Em determinado momento o vídeo mostra simultaneameente duas pessoas - uma delas parecia ser o Mestre Akdorge; o outro parece ser algum dos deles que por algum motivo inexplicado veio viver na face da Terra. Por lá, Akdorge é pura luz e força, assim como os demais, não se alimenta, mantem pensamentos puros e um olhar que emana compreensão e acolhimento; é encorajador, faz despertar um profundo otimismo em todos que sinceramente se aproximam dele.

O outro, vivendo entre nós, está doente. Tem vícios, alguns deles até bastante nocivos e complicados. Não inspira ninguém, meio que é um caso perdido, mais um numa multidão que exalta futilidades e idiotices.

"Os dois estão certos, porque eles têm karma diferente - o karma do Mestre Akdorge é ser luz e pureza; o do outro é ser luz em meio à escuridão, mas é difícil uma pessoa viver respirando fumaça tóxica e não se intoxicar, logo, não vemos com olhar de reprovação os vícios e problemas do outro, enquanto, em essência, ele continuar sendo quem é; enquanto existir dentro dele um forte desejo de sanar os seus vícios e ser por lá como ele seria, em nosso país - AGARTHA".

Curiosamente, ser luz, como é o caso do Mesrte Akdorge, é seu karma; assim como escrever este blog pode ser parte do meu. O karma do Mestre Akdorge é ser uma expressão muito intensa dos deuses do VI Sistema de Evolução; o meu karma é diferente, portanto, eu não preciso agir como se fosse feito de luz, porque não sou; e nem agir como se fosse o puro lixo da face da Terra, porque também não é o meu caso. Faz pensar.

Novo corte no vídeo - estamos no antigo Tibet, numa região repleta de Templos e de Mestres e Mestras muito evoluídos. Vê-se os Banthe Jahuls e suas respectivas contrapartes, formando bonitos casais espirituais. Estavam a bem pouco de alcançarem o status de deusas lunares, após milênios de extenuantes tentativas de lhes fazer recobrar a consciência; e de ampliar o seu entendimento para que deêm continuidade ao seu desenvolvimento.

Para tal, precisariam se uinir sexualmente aos seus respectivos pares, gerararem e darem nascimento a Devas (Anjos Sublimes) do V Sistema de Evolução.

Contudo, vem a recusa a se tornarem mães de seres evoluidíssimos, tarefa para a qual vinham sendo preparadas há milênios... e terminou com uma recusa soberba, como se disessem "somos superiores a isso".

Esse triste equívoco abriu as portas dos Templos a um Revoltado V Senhor, que fez por onde os Banthe Jahuls perderem tudo através do sexo. Foi um tipo de castigo interessante - por terem se recusado a gerar por sexo os filhos de um V Sistema de Evolução; o Mestre do referido Sistema fez por onde, através do sexo, eles perdessem absolutamente tudo.

O Templo foi destruído, os casais se perderam na pornografia e crimes; assassinaram uns aos outros, aos bebês que nasceram, aos Gêmeos Espirituais. Até mesmo esquartejaram e comeram partes dos Gêmeos  Espirituais, além de outras grosserias e violência similares aos bebês que nasceram. Literalmente se jogaram do oitavo andar...

E não pára por aí.

Igualmente revoltado, um Deus muito forte, chamado Mahimã, precisou ser contido por forças espirituais muito potentes, que não se revelam em nosso mundo devido aos efeitos notáveis que desencadeariam. Mahimã estava disposto a eliminar para todo sempre os Banthe Jahuls e seus associados, de modo que aqueles seres desapareciriam da evolução para todo o sempre, instantaneamente. Foi contido.

O sistema de Templos foi perdido e aqueles que estavam a um minuto da iluminação, voltaram para a Terra em encarnações péssimas, sem o menor resquício de consciência. Como diz a música:


"Eu me jogava do oitavo andar ... não deixe de cruzar o seu olhar com o meu, eu vou jogar meu corpo em cima do seu". Jogar meu corpo em cima do seu. Né?

"Eu tive um sonho, muitos soldados me procuravam dentro do meu prédio; e era preciso voar pelas escadas pra não deixar que eles chegassem perto". A famosa escada ou ioga de Patanjali - Arani Druva, Paraema, Pariapti, Samyama, Dharana, Dhyana, Samadhi, Nirvana...


Taí um castigo realmente ruim. Fazer com que a consciência dos Banthe Jahuls fosse reduzida a nada, levando-os a se comportarem como o puro lixo da face da Terra, sendo combatidos e se embrenhando num karma sexual nefasto cada vez mais. E mesmo dentre aqueles que ainda mantinham algum grau de consciência... jamais seria o bastante, seriam sempre vencidos pelos "inferiores".

Para tornar a situação ainda pior, o obscurantismo trazido à tona pelos Banthe Jahuls acabou por libertar demônios sombrios que lhes mataram aos milhões - Átila, Tamerlão, Gengis Khan; depois, novamente os mesmos como Hitler, Mussolini, Stalin. Sabe-se lá quantos foram mortos, esquartejados e abusados/estuprados por estes demônios. Estima-se que 1 a cada 200 mongóis tenham traços de DNA do exército de Gengis Khan em virtude do elevado número de estupros cometidos por eles.

Sem se darem conta, ao se jogarem do oitavo andar, os Banthe Jahuls abriram um ciclo de tragédias os envolvendo e em suas encarnações futuras, sendo perseguidos, decapitados, estuprados, toturados, bombardeados e humilhados por demônios que de certo modo guardam uma certa relação com o Revoltado V Senhor. E ainda pior, vivendo tudo isso sem se darem conta nem por um relance de quem eram, de quem foram, de que são. Esse (perda da consciência), sem dúvida é o pior castigo.

Curiosamente nos planos de Hitler, a França seria o bordel do mundo, daí permitir que lá fosse executado jazz e música "não-ariana". Bordel do mundo, repleto de Banthe Jahuls sendo mortos e humilhados por um demônio controlável pelo V senhor... "eu vou jogar meu corpo em cima do seu..." [adoro essa música].

A tela fica branca novamente. Muita luz.

Vê-se dois bebês sendo separados - um fica na Bahia, Brasil; a outra em Goa, Índia. São os Gêmeos Espirituais! A presença dessas crianças, depois adolescentes faz com que muitas coisas mudem de direção, como se outras leis físicas estivessem agindo sobre aquelas previamente conhecidas.

Mais luz - foram concebidos os Mestres Akdorge, Akgorge e os Dhyanis.

É como se isso acelerasse os processos que estavam acontecendo; é como se isso, no longo prazo, inviabilizasse a continuidade de uma oposição do V Senhor e dos deuses que se revoltaram em sua causa. Em virtude disso, muita coisa mudou, também, em Agartha.

Apesar de ainda serem as pessoas joviais pareadas umas às outras, mentalizando coisas bonitas etc. Mas muita coisa mudou. Alguns Templos foram remodelados, meditações e rituais foram modificados, algumas pessoas puderam entrar e outras sair; algumas mudaram de morada. Uma reunião centenária passou a ser convocada, a prtir de 1924, mas curiosamente a última ocorreu em 2021. Mas existe fé que a próxima será em 2124 conforme combinado. 

O vídeo parece mostrar em flashes a trajetória desses bebês, que se tornaram adolescentes, se encontraram na peça Tim tim por Tim Tim, se reconheceram como os Gêmeos Espirituais e numa ilha quase deserta geraram no seu primeiro encontro (União Mística Nârada) os Mestres Akdorge e Akgorge.

É como diz aquela música famosa "Mil e uma noites de amor com você - na praia, num barco, num farol apagado, num moinho abandonado, em MAR GRANDE, ALTO ASTRAL; lá em Hollywood pode tudo rolar, desde estrelas caindo vendo a noite passar; eu e você, na ILHA DO SOL".

Justamente numa das praias da cidade de Mar Grande, na ilha de Itaparica (a Ilha do Sol) que se deu a famosa União Mística dos Gêmeos Espirituais, Foi a cena mais bonita de toda a história conhecida, superando inclusive o reencontro do V Senhor à Sua Contraparte Imortal.

Netinho fez bem em gravar essa música. Apesar de não ser "netinho" do Vovô Henrique, como muitos de nós, de certo modo, somos.

O filme termina. Um dos Mestres diz "agora vou lhes contar o final da História".

"Ao final das contas, todos foram redimidos - o V Senhor, seus Assuras, Makaras, banthe Jahuls, enfim... todos foram redimidos. O filme teve um fnal feliz".

Notava-se uma expressão sincera de realiação no olhar do Mestre que nos mostrou o filme. Mais que isso, fez pensar...

Os deuses são os processos naturais, sendo que ao decidir por uma coisa ou outra, aqueles que por karma são os deuses acabam por perturbarem o equilíbrio dinâmico das forças universais, mudando a sua ação. E como resultado dessa mudança, muitas pessoas que ainda eram encarnações tortas, reminiscências esquisitas dos Banthe Jahuls, inconscientes, comoçaram a tomar alguma consciência de si.

Aqueles que mantiveram mais consciência começaram a se interessar pela Sociedade Teosófica Brasileira, fundada pelos Gêmeos Espirituais e que atuava como um ímã, atraindo essas pérolas de um colar de contas despedaçado.


Curiosamente o V Senhor não tentou destruir a STB. Estava ocupado controlando Hitler e realizando outros eventos, até o ponto em que foi Redimido, por força de muitos Banthe Jahuls que foram reorganizados pelos Gêmeos Espirituais. Ele se deixou redimir?

Boa pergunta e muito difícil de responder.

Acordamos.

Foi um sonho?

Coisas para pensar.








Tuesday, March 11, 2025

Sorte que eu tenho um irmão...

 


Tenho muita sorte por ter um irmão 15 meses mais novo que eu, que passou por tudo que eu passei até a adolescência. Até seguir rumo em uma faculdade e eu em outra - a decisão dele, muito acertada, a minha... não teria como dar mais errado do que deu.

Uma das poucas certezas que tenho a meu respeito é o fracasso, isso é fácil de demonstrar e difícil de refutar. Eu sou uma pessoa fracassada, que passará vida toda à base de prêmios de consolação.

A não ser em relação à esposa e filhos - foi muita sorte tê-los encontrado. Mas a sorte para por aí também.

Apesar que existem diferentes tipos de sorte - nada de mal me aconteceu até hoje (que eu não tenha provocado ou desencadeado voluntariamente através de decisões desastrosas), nunca tive um problema realmente complicado para resolver, nunca passei necessidade de alimento, casa e conhecimento.

Mas nunca consegui me fazer dar certo profissionalmente dentro da área que me interessa (música).

Fracassei de norte e sul, de leste a oeste, acima e abaixo.

Nisso acabei perdendo muito tempo e hoje, aos 45 anos, a minha situação é complicada.

Apesr de eu ter sido aprovado em concurso público, em virtude da idade avançada, não aposentarei. Na verdade, eu acho que vou morrer muito antes de ter idade para aposentar - faço bem em cotar seguro de vida e coisas do tipo.

Meu irmão, por outro lado, trilhou uma carreira excelente e eu tenho muito orgulho dele. Não canso de elogiar e falar bem dele para todas as pessoas que existem. Eu tenho muito orgulho dele e acho que ele faz coisas muito importantes.

Vamos ver um vídeo antes de prosseguir:



Legenda do video:

É mais comum do que você pode imaginar👇


1️⃣ ELE NÃO TEM DIREÇÃO, CLAREZA E ESTRUTURA.

👉Quando criança, ele não teve uma figura paterna que fosse capaz de fornecer uma sensação de estrutura e estabilidade.

👉Quando criança, o caos era tudo o que ele conhecia, agora, como adulto, ele luta para definir e atingir metas.

🎯DICAS

* Cerque-se de homens que você admira e que gostaria de ser.

* Faça parte de uma comunidade com pessoas vivendo uma vida que faça você se inspirar.

* Invista em um mentor pra te ajudar a criar um caminho claro pra atingir suas metas e te manter responsável.

2️⃣ MEDO DE ABANDONO E REJEIÇÃO

👉Quando um menino não teve uma figura paterna, quando ele cresce, é provável que ele inconscientemente acredite que a culpa de tudo é dele.

👉Isso leva esse homem a não ter autoestima.
Ele luta para manter relacionamentos porque não confia nos outros.

👉Ele tenta ser quem ele acha que os outros o aceitarão para evitar se sentir rejeitado como ele se sentiu quando era criança.

🎯DICAS

* Pratique perdoar seu pai e a si mesmo.
A culpa mantém você preso em um ciclo de vergonha, culpa e julgamento.

* Comece a descobrir quem você é desafiando a você mesmo de novas maneiras.

* Lembre-se de que as pessoas vão te amar pelo que você é, as pessoas que não te fazem bem precisam sair da sua vida

3️⃣ TENDÊNCIAS VICIANTES E COMPULSIVAS

👉Quando um menino não tem uma figura paterna, ele não entende limites.

👉Ele pode trabalhar demais para compensar sua falta de autoestima.

👉Para escapar da dor de se sentir “insuficiente”, um homem pode recorrer ao consumo excessivo de álcool, drogas, pornografia e alimentos não saudáveis.

👉Um homem que carrega feridas paternas normalmente não tem limites quando se trata de trabalho e diversão.

🎯DICAS

* Considere a dor que você está tentando evitar quando bebe, come e se masturba.

* Dedique tempo para trabalho, diversão e família, livre de distrações e separados uns dos outros.

* Encontre uma atividade que te fortaleça para canalizar seus impulsos e compulsões.


É engraçado ver esse tipo de vídeo; Sempre tem muito a ver comigo; sempre é o meu caso.

Curioso que ao lembrar da minha infância, não lembro de ter passado por nada ruim; era tudo ótimo - ótimo demais para ser verdade.

Muitas vezes eu fico lembrando de alguma série ou desenho animado em que um personagem muito forte e grande falava para o menor "se não vai por bem, vai por mal". Mas esse desenho não existe.

Na verdade, é provavelmente o que eu ouvi do meu pai quando criança; que de tão traumpático acabou sendo refconfigurado na minha cabeça para parecer um desenho, filme ou algo que não fosse real. Engraçado que eu sinto como se todo dia eu assistisse essa série inexistente; ou quem sabe eu ouvisse isso todos os dias, não é mesmo?

O inconsciente é de fato poderoso e se faz sentir de diferentes maneiras. Faz com que experiências profundamente traumaticas sejam lembradas como se fossem cenas de vídeos que não existem e que por mais que eu tente me convencer de que não existe, eu consigo lembrar até da TV, do chuviscado da tela.... mas não faz sentido. É o incinsciente.

Boa parte do meu fracasso veio desses traumas. E ter passado por isso é o que chamamos de karma. Fiz por onde isso acontecer comigo, infelizmente será desse jeito. 

Mais tarde eu continuo sobre este assunto, tenho algo um pouco mais importante para comentar e pouco tempo.

Vou deixar aqui uma bela música de um desenho formidável que meu menino mais novo ama; e faz muito bem em amar um desenho nota 10 assim.



Aliás, fica a dica para assistir a este filme. Se você gosta do que eu escrevo aqui, vai gostar desse filme. meu menino tem uma intuição muito forte, sempre encontra coisas formidáveis no mundo de informações em que existimos.

Filme completo:







Monday, January 13, 2025

E no caminho tinha um Cupim, tinha um Cupim no caminho...



Esses dias viajamos e na volta paramos no Restaurante Cupim (Posto Cupim), famosa parada na BR-040.

Ao menos para quem viajava de ônibus por lá nos anos 1980 e 90. 

Uma das coisas mais curiosas de ser pai é o quanto memórias antigas voltam à tona. Eu fico extremamente triste quando eu sou indelicado com os meus meninos. Fico muito chateado, desapontado, sentindo péssimo por gritar, ameaçar, humilhar uma pobre criança.


Me faz lembrar quem eu era.

O quanto de coisas erradas eu fiz na vida. Foram muitas.

Como a vez em que um "playboy" do bairro morreu num acidente de carro idiota (foi comprar pão para a mãe, resolveu acelerar o carro, passou no quebra mola, o carro bateu na árvore, morreu na hora). Lembro que na época eu ria disso, fazia graça, zombava, fiz até música para zoar.

É, eu sou esse tipo de pessoa.

Hoje em dia eu vejo as coisas de uma forma bem diferente.

Me pego pensando sobre o quanto aquela família deve chorar, até hoje, por conta disso. O quanto a mãe deve ter falado "Deus, por que não eu no lugar dele?". Não é alegre.

Meu histórico de idiotices e malfeitos é extenso, mas nada que envolva os outros. A não ser uma época que eu era muito apaixonado por uma menina que não queria saber de mim e todos riam... sempre riam, riem até hoje, por outros motivos.

Lembro que quando pequeno, toda noite minha mãe me contava a história do patinho feio e dizia "você é o patinho feio". Lembro disso claramente e eu ficava feliz por ela conversar comigo. Cresci vendo o mundo assim, pelas beiradas, pedindo licença, ouvindo comentários ruins, jocosos, maldosos, sozinho. Muito sozinho.

Eu sou uma pessoa muito envergonhada. Tenho muita vergonha de mim e das minhas coisas.

De vez em quando eu acho graça, quando alguém vê algum valor em mim. Meu instinto é reagir dizendo que está me confundindo com outra pessoa. Não é possível alguém gostar de algo como eu.

Não que eu seja inútil. Eu costumo ser muito útil e fico feliz em ajudar. Mas honestamente, não encontrei, até hoje, um motivo sequer para acreditar que eu não esteja entre as piores pessoas do mundo.

Mas não quer dizer que eu seja ruim que vá fazer coisas maldosas. Pelo contrário, eu quero terminar a vida com um saldo de boas ações, simplesmente porque eu gosto de ajudar. Eu sou rebelde e não é porque sou um dos piores seres humanos que preciso me comportar como tal. Quem manda em mim sou eu.

Depois estudar e refletir muito sobre o tema, fica claro para mim que o sintoma de achar graça de um "playboy" morto aos 15 anos de idade não era pela pessoa (que só conheci por nome). Diz de dores fortes, de programação psicológica malfeita.

Até porque crianças não sabem se criar sozinhas e a sensação que eu tenho é que cresci sozinho. Tinha quem me alimentasse, pagasse minha roupa, minha mensalidade na escola, mas parava por aí. Eu, sinceramente, trocaria todo esse "conforto" por uma mãe carinhosa e um pai atencioso. Por duas pessoas que vissem graça em mim, o que não foi o que aconteceu.

Lembro, ainda bebê ou muito novo, de ouvir meus pais comentarem entre si, referindo-se a mim "ele é estranho", "isso não é normal", "deve ser autismo". Isso lá pros idos de 1982, 83...

E quando meu filhinho lindo faz algo que me desagrada, sem me dar conta, não sou mais eu: é o meu pai falando comigo; minha mãe me virando as costas; meu irmão com vergonha de mim. Tudo isso se reune e eu grito e falo o que não precisava ser dito porque nada tinha a ver com o que o filhinho fez.

Só quem passa por essa experiência sabe bem como é...

Lembro claramente dessa música; eu era criança, fomos (eu e meu irmão) com a minha mãe até a UFMG, onde meu pai era pesquisador e professor. PEgamos o SC05, era um ônibus Mercedes carroceria amarela Caio Amélia II, era tipo 7h da noite. No rádio, o  motorista ouvia essa música do link acima. Quer ouvir? 
Lembro que ficava correndo na frente dela, ela gritando "ariomester, volta aqui, anda do meu lado"; o elevador do ICB quase fechou minha perna de tão estabanado que eu era. Cheguei fazendo festa no laboratório e fui mais ou menos repreendido. Daquele jeito "não se comporte como um idiota" (adaptado). Ok...


Esses dias viajamos e na volta paramos no Posto Cupim, famosa parada na BR-040.

Ao menos para quem viajava de ônibus por lá nos anos 1980 e 90.

Era uma parada obrigatória para os ônibus da Cometa que saiam ou chegavam em Belo Horizonte através da BR-040. Era o veículo que nos levava de férias para a praia, para a casa de parentes, enfim... era a concretização do nosso desejo de viajar, passear, visitar pessoas queridas.

E no meio do caminho havia um Cupim. E havia um cupim no meio do caminho. 

Lá era feito um pão de batata recheado com queijo maravilhoso. Na época era difícil achar esse pão nas padarias e o deles era realmente diferenciado. A parada vivia lotada, lembro claramente de acordar no meio da madrugada, ou pedir "pelo amor de Deus" para minha avó me acordar quando chegasse no Cupim.

Engraçado... eu observo muito os meus filhos e eles não precisam implorar por nada comigo. Será que eu implorava (me humilhava muito)? Acho que sim.

As memórias ficam muito difusas e meio que do nada eu vou lembrando de um monte de coisas, algumas com muitos detalhes (como o SC05) e outras menos detalhadamente.

Quando a minha mãe morreu, o mundo meio que apagou para mim.

Em vida ela sempre parecia distante. E ainda assim era a minha unica amiga, a única pessoa que vinha conversr comigo porque as demais ou riam ou me excluíam, ignoravam, rechaçavam... e eu ficava pelos cantos, pelas beiradas...

"Se não vai por bem, vai por mal"; "se você não concordar comigo eu vou te matricular no Orôncio (uma escola estadual péssima aqui perto de casa)"; "então fica sozinho aí no seu canto"; "ninguém quer saber disso que você gosta"... são coisasa que eu esqueci, por longas décadas nunca achei sequer que as tivesse ouvido, mas agora eu percebo muito bem que era assim que me tratavam.

Mamãe morreu em abril e em junho fomos até o litoral do RJ, casa de praia do tio Arydel. Não era mais a mesma coisa sem ela. Ainda apesar de tudo, sentia muito a sua falta. Lembro de voltar de lá num ônibus da Útil, viagem diurna. Eu ficava vendo a estrada da janela e sempre triste, sem energia, com uma forte sensação de fracasso, de "fim da linha".

Mais que perder uma amiga, perdi a chance de quem sabe deixá-la orgulhosa ou feliz por mim. É, dessa vez eu perdi. Sua partida selava o meu destino, sem chance de revisão da minha história. Era aguentar firme e assim tem sido até hoje.

Com o tempo, as memórias são esquecidas e nem nos damos mais conta delas, porque machucam.

Em psicanálise isso se chama "recalque".

Mas nós não nos livramos delas: as transformamos em comportamentos e outras coisas presentes no nosso jeito de ser. Cristalizamos ideias, crenças, idealizamos coisas absurdas, perdemos tempo correndo atrás de quem obviamente não nos quer por perto.

Zombamos da morte porque não morremos, mas em algum momento a corda aperta e não tem como evitar. Como a BR 040, sinônimo de alegria infinita na casa de praia; dos passeios ao por do sol com a mamãe, indo e vindo na beira da água do mar... que virou uma estrada triste.

E tinha um Cupim no caminho. E no caminho tinha um Cupim.

Esses dias viajamos e na volta paramos no Posto Cupim, famosa parada na BR-040.

Ao menos para quem viajava de ônibus por lá nos anos 1980 e 90.

E para minha surpresa, o local está praticamente abandonado. Vou deixar as fotos falarem por mim.

Há um cheiro forte de poeira no ar, cheiro de mofo, é muito escuro, as coisas não funcionam, tudo enferrujado, quebrado, empoeirado, meio que deixado pra trás. Não gostei.

Mas antes, para fechar, uma reflexão sobre o quanto nossas memórias são importantes e lindas. Na minha cabeça, ainda consigo ver o Cupim de madrugada, todo iluminado, o motorista da Cometa dizendo "parada, 20 minutos"... o pão de batata  caro(que vovó só comprava um para cada um)...

Esse belo prelúdio de dias felizes na casa de praia, comendo bobó de camarão... chorando no ônibus da EVAL ao ter que voltar para a rodiviária do RJ e de lá para BH, significando que o passeio na praia tinha acabado... da BR 040 triste numa segunda feira qualquer, de tarde, vista de um ônibus da Útil, que não parava no Cupim....

Eu tenho todas as lindas memórias e fico pensando em o quanto devemos nos importar com as memórias.


Eu lembro desse ano (2003). Eu comecei o ano muito apaixonado por uma menina chamada Karina (Meneghini) que não queria nada comigo, mas não deixava isso claro. Na verdade, eu que não queria ver o óbvio e seguia sonhando e incomodando a moça. Isso contraria minha regra geral, mas digamos que um belo dia, numa meditação profunda que fiz, um Mestre Iluminado como o V Senhor me disse que era "urgente e imperativo" estar perto dela, a qualquer custo (que não ferisse seu livre arbítrio). Foi um ano em que eu bebi muito, passei o ano alcoolizado, sem nem ter ressaca, pois bebia todos os dias, acordava e dormia cheirando a bebida. Pra todo lugar que eu ia ficava olhando se ali estava a Karina, evidentemente ela não estava. Num desses dias fui a um show do Charlie Brown Jr., banda que gosto muito e sempre fui aos shoews em BH. Foi um show no Ginástico da turnê do vídeo acima, provavelmente o mesmo repertório. Pela manhã eu bebi no DCE da PUC onde eu era aluno (de engenharia mecatrônica), de tarde fiz um show de pop rock com uma banda que eu tocava, vim em casa e fui para o show no Ginástico. Lembro que uma música acabou por chamar muito a minha atenção ("Luigar ao Sol"). Eu sou um pouco inerte a letras, não as entendo bem e não sinto falta delas, mas presto muita atenção e acho mais fácil de entender as melodias, arranjos, etc. Sem entender acabou sendo um tipo de divisor de águas. Ficou para trás um Ariomester bobinho e vim eu do outro lado. Mas na época, foi só um show ótimo que um menino bobo e idiota foi assistir. Link para a música (Lugar ao Sol) https://www.youtube.com/watch?v=2QJXc-qRA3s&list=RD2QJXc-qRA3s&index=1&t=3233s  


Meu pai morreu sabendo falar apenas o meu nome. Minha avó também. Foram eles que meio que me criaram depois que mamãe morreu e curiosamente, com demência profunda esqueceram o próprio nome, e tudo mais que se possa imaginar, exceto a palavra "Ariomester"... nisso que deu ficar gritando tanto comigo dizendo que ou eu ficava perto deles, ou iriam embora e me deixar pra trás para ser sequestrado e morto.

E quem nunca, de uma forma ou de outra, não me disse "Ariomester, vá embora, aqui não é o seu lugar, você não é bem vindo aqui". Muito suspeito é quando isso não acontece.

Para ver memórias boas, precisamos lidar com as ruins, também.

Fica aí uma bonita reflexão.


Achamos muito estranho... o lugar parecia abandonado, entrei por pura teimosia.


É, ainda funciona.. até certo ponto.



Esse balcão redondo, com aquelas fotos iluminadas dos lanches deve ser original dos anos 80/90

É meio caro (R$12/pão de batata com queijo assado no local)



Essa foto foi feita às 16h. Estava super escuro lá dentro, não tem mais iluminação a não ser no caixa e no forno do balcão central


Não dá para sentar nas mesas por causa da poeira e porque a maioria delas está quebrada/enferrujada


Banheiro em condições lastimáveis


Banheiro em condições lamentáveis, cheio de remendo, cheira muito mal, muito sujo


Muitas teias de aranha grande por lá



Os meninos resolveram entrar nesse brinquedo e ficaram tossindo por causa da poeira


Isso deve ser da época 80/90 - um tipo de aquário em forma de barco



Tem uma infinidade de coisas, mas não tem mesa para sentar e nem um serviço decente. E tudo é caro.


Espaço kids.



Muita coisa enferrujada (inclusive portas e janelas)


Espaço kids fechado porque o brinquedo está em péssimas conmdições. Não há indicação de risco ou impedimento - qualquer hora uma criança sobre ali, o brinquedo despenca e machuca.





Friday, August 09, 2024

Dia triste, mas tem final feliz (no texto).

Hoje tivemos a infeliz notícia da queda de uma aeronave ATR 72-500 operada pela VoePass e que faleceram 61 pessoas. Lamento muito o ocorrido e espero que os familiares de todos fiquem em paz.

Esse tipo de assunto sempre me chama à atenção e toca profundamente, desde criança. Mas nunca tive perdas na família em acidentes de qualquer natureza, nem de carro, ônibus, moto ou avião. De onde vem isso?

Desde pequeno sempre fui muito ligado na aviação e por coincidência moro a cerca de 2km de um aeroporto aqui em Belo Horizonte. Cresci ouvindo os motores dos aviões e vendo-os decolando, pousando e passando em cima da minha casa.

Seria, mesmo, uma coincidência?

Existe um profundo sentido iniciático nisso e gostaria de compartilhá-lo com você,

Quando criança, com enorme frequência sonhava que estava pilotando aviões de caça norte-americanos na II Guerra mundial. Tinha sonhos em que todos falavam inglês e eu entendi perfeitamente; e também falava assim. Mas sempre tive um pouco de receio de entrar em avião.

Dizia que seira motorista de ônibus, mas colecionei todos os capítulos de uma revista de aviação militar; assisti muitas vezes aos documentários sobre a Força Aérea Americana e a Alemã durante a Guerra; assisti muitas vezes a filmes cujo tema eram tripulações de bombardeiros da época da Guerra; sempre tive grande atração pelo jazz daquela época, em particular, que era tocado no rádio e muito popular entre militares norte americanos.

Sem contar o meu carinho e fascínio pela Esquadrilha da Fumaça, desde criança.

Seriam coincidências? Ou reminiscências?

Quando minha mãe morreu, em 1992, eu tive o último sonho voando P-51D sobre a Alemanha, escoltando dezenas de bombardeiros B-17 e B-24 sobre alvos civis e militares alemães; combatendo caças Messerschmitt 109 e FockeWulf 190; a seguir atacando pistas de pouco e outros alvos no solo.

Lembro que quando eu fui fazer o alistamento militar, cheguei a ir até a base aérea, que era perto da minha casa e conversei com o soldado da portaria. Ele até me falou o dia do recrutamento, que eu seria bem vindo. Falou que todos que viessem seriam admitidos.

Mas eu não queria cortar meu cabelo (meu motivo foi esse), então não fui.

Teria sido mais feliz na carreira militar? Não sei dizer, talvez sim.

Teria sido mais útil ao mundo e às pessoas? Provavelmente sim.

Depois de muitos anos, os sonhos voltaram sem motivo algum.

E um deles me fez sentir a mesma coisa que senti quando decidi não me alistar na FAB. No sonho, eu comunicava, muito alegre, à minha família que tinha me alistado na Força Aérea e iria para a guerra. Eles ficaram arrasados, pediram para eu recnunciar a isso, mas era irreversível.

Esse exato sentimento tomou a forma de "não quero cortar meu cabelo". Bastante curioso.

Numa outra ocasião, sonhei que estava voando com alguns alunos num treinador T-6, após uma manobra normal os controles travaram e eu bati no chão, sendo jogado para fora do avião. No caso, a alma foi lançada para fora e o corpo ficou queimando no que restou da aeronave.

Supondo que sejam lembranças de uma vida anterior verídica, como explicar que um ex assassino autorizado pela lei (a chamada guerra) se tornou coordenador regional das atividades de uma Ordem Iniciática chamada Ordem do Ararat, fundada pelo ser mais doce que esse mundo já viu (Prof. Henrique José de Souza, ou AKBEL em sua forma cósmica)?

Não seria mais lógico que uma pessoa que tenha tido vidas passadas corridas em meio a misticismo e espiritualidade tivesse esse posto, ao invés de mim?

Não seria. E a prova disso é que não é assim que a realidade está estruturada.

E nisso reside um profundo significado iniciático.



O som desse motor é pura música para os meus ouvidos. Engraçado que muitos pilotos dizem a mesma coisa. Muitas vezes eu consigo até lembra da vibração e do som em diferentes condições de potência e altitude, da sensação de ser invencível numa aeronave muito rápida e ágil; de seguir o líder o mais perfeitamente possível e o quanto a minha obstinação, perfeccionismo, disposição e persistência vêm daí. Coincidências muito curiosas.


O que, de fato, é a reencarnação?

Para entender esse verdadeiro mistério, é preciso adotar um outro sistema de coordenadas, opr assim dizer.

A alma reencarna quando tem suficiente estabilidade para tal, mas o sujeito que é formado na encarnação só existe enquanto aquele corpo viver. Quando ele morre, literalmente aquela pessoa deixa de existir, restando dela as tendências - afinidades, aversões, medos, desejos, vontades, forma preferencial de resolver as coisas, forma como se aproxima ou afasta de pessoas e objetos etc.

São aquilo que em psicologia poderíamos considerar "perfil de personalidade", isto é, a combinação única de trações de personalidade que todos temos. E são também as lembranças esparsas daquilo que vivemos.

Reconhecer aeronaves pelo som do motor, se emocionar com o seu rugido, lembrar vagamente de estar voando muito alto, o ar frio na máscara, olhando para fora buscando o inimigo são reminiscências que restaram. Fortes emoções que foram vivenciadas de modo a resistirem à morte.

Não lembro meu nome, meu esquadrão, se eu tinha família ou não. Mas de tempos em tempos volta o sonho em que todos falávamos inglês naturalmente, em casas de família de classe média no interior dos EUA... há muito tempo atrás.

Até mesmo para um antigo instrutor de pilotagem militar (que evidentemente morava na base aérea), reencarnar e ir morar mais ou menos perto do aeroporto/base aérea pode não ser tão coincidência assim.

Antes de te explicar a profunda iniciação, mais um ponto sobre a reencarnação. 

Primeiro, que além da suposta encarnação voando P51 B e D, existiram outras, provavelmente no oriente, seguindo Buda e outros iluminados; participando intensamente e ao longo de muitas vidas dos processos místicos e iniciáticos ligados à Obra. Atuando junto aos Adeptos, instruindo pessoas menos experientes na senda iniciática, a exemplo dos Cavaleiros de Ouro retratados na obra prima Saint Seyia e Saint Seyia: The Lost Canvas.

Talvez esse passado iniciático justifique o que eu sou hoje (um coordenador regional de atividades de ordem iniciática)? Talvez.

Aí existe um profundo sentido iniciático. O que uma pessoa tão ligada à Obra fria voando aeronave de combate durante a Guerra?

Parece ter sido um baita desvio de missão. 

Algo que não deveria ter acontecido; e por isso terminou mal.

Mas, Ari, por que os EUA?

Porque antes de realizarem testes nucleares nos arredores das embocaduras do Sistema Geográfico que exisitia no Novo México, eram, ainda parte da chamada Missão Y. Acredito já ter emitido meu parecer a respeito no podcast História do Quinto Sistema de Evolução.

Isso quer dizer que membros da Obra que antes estavam encarnados no oriente passariam a nascer no ocidente, mais especificamente nos EUA. Mas uma vez que a Missão Y foi comprometida, acredito desde que Blavatsky foi dada como morta na Batalha de Mentana, sendo substituída por um tulku muito menos capaz, a Missão Y veio enfraquecendo e nesse processo muitos dos que nasceram lá nos EUA até meados dos anos 1970 acabaram se perdendo; desviando de suas missões originais.

Talvez tenha sido o meu caso.

Essas pessoas estão reencarnando no Brasil. Curiosamente elas só podem ser brasileiras, também em virtude da Missão Y. E têm sido, seja de pais eubiotas ou não.

Para fechar essa conversa estranha, pobremente embasada em "vozes da minha cabeça", um segundo conhecimento iniciático bastante profundo diz respeito à chamada Mônada, ou Espírito.

O piloto que talvez eu tenha sido faleceu. Mas se estivesse vivo até hoje, eu também poderia estar. E nós dois seríamos "eu". Ou nós 3, 4, 7... até 49.

Isso não quer dizer que cada um seria 1/7, 1/3 ou 1/49 da Mônada porque ela é indivisível. Seriam cópias feitas a partir de um original, com diferentes características, apesar de muitas semelhanças. São os chamados tulkus, quando se trata de pessoa evoluída.

A Mônada não é uma coisa - é um fenômeno.

O nosso mundo é incapaz de dar conta de muitas situações porque stá amparado em coisas mais que em fenômenos. Uma pessoa que se apaixona está vivendo um fenômeno - o da paixão. Isso explica melhor a relação entre as pessoas do que a adoção de comportamentos de posse, subentendendo que o outro seja, ao menos conceitualmente, uma coisa e não um sujeito em relação a outro em virtude de um fenômeno.

Sociedades evoluídas como as de Agartha e Duat estão constituídas sobre fenômenos e não sobre coisas.

Aquilo que importa e é guardado com cuidado, manipulado com atenção é o fenôemono, ou os elos invisíveis que unem e orientam as pessoas e demais seres. Não lhes importa o aspecto físico das coisas, mas os fenômenos a elas relacionados. Não são, a rigor, materialistas, enquanto insistimos nesse tremendo erro conceitual.

Para fechar essa conversa intrigante, alguns pontos para reflexão.

Muitas pessoas dizem ter sido reis e nobres europeus. Se foi o caso, elas têm reminiscências dos bastidores da nobreza, ou se guiam por aspectos estéticos das figurações cinematográficas de tais sociedades? Elas sonham falando fluentemente idiomas que elas não consguem falar quando acordadas?

Elas se motivam e comportam a exemplo do que os nobres de outrora eram?

Isso porque aquilo que as séries e filmes mostram não chega nem perto da realidade medieval europeia... da sujeira, escuridão, cores feias, roupas mal cortadas, enfim... coisas da época.

Falando em figurações, nas histórias infantis a princesa aguarda ansiosa que o príncipe encantado tenha mérito suficiente para vir salvá-la do dragão malvado.

O dragão são as nidânas, ou tendências negativas e destrutivas que temos.

O príncipe é a alma, sobretudo as tendências positivas e construtivas.

A princesa é a própria Mônada.

Quando o princípe vence o dragão (o sujeito vence instintos inferiores, tendências negativas etc), se torna apto a "viver feliz para sempre" com a princesa. Isto é, a eucaristia, fenômeno em que a Mônada traz a alma para si, formando com ela uma só coisa.

Ou seja, ela deixa de se manifestar através de 2, 3, 4 cópias diferentes e se torna uma coisa só com a alma que logrou mérito suficiente para tal. A alma passa a ter todo o potencial da Mônada, tornando-se um tipo de super-humano. E a Mônada ganha a capacidade de realizar diretamente aquilo que gostaria de fazer.

Filme com final feliz.

Legal, né?


Thursday, July 11, 2024

O invisível aos olhos é sensível ao coração (e vice-versa)

 


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O quanto uma pessoa é verdadeiramente espiritualizada pode ser inferido a partir da sua relação com o meio ao seu redor, em especial considerando questões espirituais, como variações na expressão da bondade, maldade, sensibilidade, inteligência, empatia etc.

Tudo aquilo que transcende o indivíduo pode ser considerado, de certo modo, espiritual.

Um grupo de pessoas relacionadas entre si, por exemplo, expressa maior espiritualidade do que uma pessoa em separado. A mente é coletiva, sendo, portanto, o individualismo uma ilusão.

Mesmo entre pessoas que vivem isoladas em meio à natureza, ninguém está de fato sozinho; os famosos ascetas (ou Munis) das tradições orientais, pessoas de inacreditáel desenvolvimento intelectual, emocional, espiritual que viviam isolados em cavernas e florestas nunca estiveram, de fato, isolados.

A mente é coletiva e portanto eles sentiam-se ligados a todas as pessoas da Terra; e até mesmo aos animais, plantas e tudo mais ao seu redor. Estavam integrados ao passado, presente e futuro; ao calor, ao frio, a todos os ciclos naturais e até certo modo capazes de sentir, em seu próprio corpo e mente os movimentos dos planetas, cometas e outros corpos celetes como sentimos o ar fluindo através da nossa traquéia indo e vindo dos pulmões.

Um grupo de pessoas não é espiritual por causa daquilo que as pessoas do grupo conversarm ou fazem; ao contrário, elas conversam e fazem aquilo que a mente coletiva lhes faculta fazer e dizer.

A mente coletiva tem um ritmo próprio, uma vida própria imposto aos sujeitos.

Se por algum fenômeno atmosférico a quantidade de oxigêncio caísse para 1/100 do valor atual, é provável que todos nós e a maioria das formas vivas moerram, como aconteceu quando o oxigênio substituiu o enxofre, nitrogênio e outros compostos que constituiam a atmosfera primitiva da Terra.

Isto é, uma imposição nem sempre se trata de uma ordem ou convenção humana. Aliás, aquilo que os humanos combinam entre si é o que de mais fraco existe na ordenação universal das imposições.

Uma estrela impõe que os planetas a orbitem, queiram eles ou não. E em virtude da sua massa e da massa dos planetas (o seu "jeito de ser planetário", por assim dizer), o planeta seguirá órbitas bastante erspecíficas às quais não caberá, de sua parte, recurso impetrado em contrário. A estrela é soberana.

Se nesse planeta existe um grupo de pessoas que duvida da existência do sol, que tenham sorte em sua vida. A estrela continuará ordenando as órbitas dos planetas e lhes ditando o destino, incluindo aqueles sobre a superfície do qual conspiravam, vaidosos, contra a estrela que lhes deu a vida.

E do ponto de vista da estrela, tanto faz se gostam dela, ou não; se acreditam nela, ou não; se algo teriam a dizer a ela, ou não. Ela seguirá soberana impondo a todos as consequências de suas emanações e de sua gravidade.

Pouco importa, à estrela, se as pessoas se machucam sobre a Terra; se constroem casas ou carros; se brigam, mentem, traem ou enganam umas as outras; se são felizes; se têm algo a comemorar... isso não importa para a estrela, cuja consciência poderia estar associada à sua gravidade e calor, ou como os antigos diriam, Fohat (gravidade) e Kundalini (calor).

A própria consciência da estrela é quem faz possível a mistura de Fohat e Kundalini, ou seja, a "verdadeira" estrela não é a que vemos no céu, mas uma outra existente à luz das consciências, como se num plano que permeia o nosso sem nele tocá-lo.

Uma vez que tal plano ou realidade é composta por energias, ciclos ou até mesmo partículas que não interagem com os prótons, neutrons e elétrons que nos constituem, é natural que seja-nos completamente invisível. Só é possível ver uma estrela porque a sua luz interage com o material do sensor, seja o vidro ou mesmo o olho humano.

Se a luz da estrela atravessasse diretamente a matéria, sem interagir com ela, seria impossível supor a sua existência a partir do plano sensível (dos sentidos). Tudo pareceria escuro e inerte, como ocorre ao olharmos para o espaço interplanetário.

Existem situações em que estes universos se encontram, o que só poderia ocorrer à luz dos processos quânticos. Isso porque se nossa constituição é probabilística ou determinística, os processos quânticos, como a trajetória dos elétrons ao redor do núcleo do átomo são estocásticos, isto é, não podem ser determinados a priori, como são as órbitas de planetas.

Indo ainda mais, poderíamos supor que talvez exista uma realidade em que as possibilidades não-realizadas entrelacem-se formando algo caótico e não-reagente com aquilo que se concretizou, como sendo um tipo de vir-a-ser. 

Os antigos, religiosos e absolutistas como eram, deram a tais coisas os nomes de "Tronos". 

Trono é onde o regente se senta e de lá determina suas imposições, sejam elas boas ou más - sempre absolutas.

O nosso Trono é o chamado Terceiro Trono. Além dele existiria o chamado Segundo Trono e acima deste o Primeiro Trono. Além do Primeiro Trono, nos ensinam os antigos, é impossível determinar devido às nossas limitações de percepção. 

O nosso universo todos conhecemos bem (assim espero) - apenas uma possibilidade concretiza-se por vez. Se jogamos uma boa para o alto, ela cairá somente em um ponto da superfície. Podemo (ou não) determinar, antes de lançar a boa ao alto, onde cairá, mas é certo que ela não cairá em dez lugares simultaneamente.

No chamado Segundo Trono, a bola poderia (ou não) cair. Isso quer dizer, a relação direta entre evento-consequência não está mais tão rigidamente estabelecida, tendo como consequência, o surgimento de um tipo de mente coletiva ou consciência coletiva.

Não existem bolas no Segundo Trono, pois que a existência de bola subentende uma infinidade de relações evento-consequência. Por exemplo, a bola é formada por moléculas, que são formadas por átomos. Ainda que a posição do elétron não seja determinada antes da sua efetiva medição, o átomo é menos estocástico que o elétron.

O átomo possui afinidade eletrônica, isto é, se liga a alguns átomos e a outros, não.

Ainda assim, por exemplo, muitas coisas possuem átomos de carbono e ainda que seja o mesmo tipo de átomo, as diferentes possibilidades de configuração molecular levam a diferentes objetos e materiais.

Mas à medida em que átomos se reuniram em moléculas para formar couro de animal e este forjou uma bola, é razoável assumir que muitos processos determinísticos foram levados a efeito - os átomos da bola não estão desintegrando; nem as moléculas, nem mesmo as órbitas dos elétrons.

Logo, aquilo existente no chamado Segundo Trono não pode ser algo material nos termos em que concebemos as coisas materiais.

A consciência, por sua vez, é um ente típico do Segundo Trono. À consciência, por dfefinição, não cabe o seguimento de um traçado pré-determinado. Ou seja, a noção de livre-arbítrio é a própria noção de consciência.

Ilustrando de forma "boba" (fácil de entender, analogicamente): se uma criatura possui conscinência, significa dizer que toma decisões. Alguém que nada decide, seguindo cegamente um caminho sem que sequer se dê conta de que adentrou num determinado caminho e não em outro não pode ser considerado consciente.

A consciência subentende a multiplicidade de realizações possíveis. Por exemplo (de volta a um exemplo bobo): se escolhemos tomar sorvete, ao invés de comer churrasco ou andar de moto, estamos considerando algumas possibildiades (tomar sorvete, andar de moto, comer churrasco, no caso). Não são, a rigor, mutuamente excludentes, mas vamos supor que só pudessemos realizar uma de tais coisas por vez. 

Logo, haveria uma escolha que evidentemente traria consequências diferentes das outras. A consciência não está na seleção ou decisão, mas na percepção de diferentes caminhos e possibilidades.

Ou seja, se a mente é coletiva, tal mente coletiva pode ser denominada consciência, em que cada indivíduo acaba por ser uma particularização (ou decisão) de uma consciência diante de diferentes caminhos  a seguir.

A limitação geográfica e cronológica pode nos impedir de andar de moto e de avião ao mesmo tempo, tendo que escolher qual andaremos primeiro e onde andaremos. Mas à luz de um "vir-a-ser" indiferenciado, tais possibilidades apresentar-se-iam como concorrentes, isto é, presentes simultaneamente, variando em gradação, intensidade mas coexistindo.

Logo, uma criatura viva à luz do Segundo Trono não perceberia a passagem do tempo e nem a separação geográfica; em nossa perspectiva, seria algo como onipresente justamente por não estar limitado (como estamos) ao tempo e ao espaço. Tal criatura decidiria a partir de diferentes critérios se comparados aos nossos, justamente por estarmos limitados pelo tempo e pelo espaço.

Assunto interessante. Já temos acima muito o que refletir a respeito - deve bastar. 


PS - meus sinceros agradecimentos ao Mestre do V Sistema de Evolução que me dissuadiu, da forma elegante como de costume, de redigir o texto que pretendia, no lugar deste. Muito obrigado, Mestre.


Além de não ter com quem conversar...


Nunca me convidam para fazer coisa alguma.

Duas semanas atrás fui convidado para dois velórios diferentes, de dois pais, um deles meu tio.

Eu falo muito sobre a morte, não é mesmo?

Sobretudo da minha própria morte. 

Por muitos anos não entendi essa fixação na morte, em especial na minha, mas agora cho que consigo entender melhor.

Eu não tenho medo de nada, nem mesmo de morrer, mas gostaria de continuar vivo ao menos até os meus filhos se tornarem plenamente adultos. Até o ponto em que não precisem mais de mim ou eu não venha a fazer diferença em suas vidas.

Mas o que acontece depois que morremos?

Existe uma separação de consciências em virtude do falecimento do corpo. Os sentimentos, ideias, lembranças que estavam associadas ao cérebro que morreu deixam de existir imediatamente; as que eram persistentes, como traços de personalidade ou formas de reagir ao ambiente levam mais tempo para se dissiparem e inevitavelmente transformarem em tendências.

Uma alma que separou do corpo há muito tempo não mais trará lembranças da vida anterior - nomes, endereços, situações... mas ainda reagirá exatamente como quando estava em vida.

E a chamada consciência superior, que é algo como o sol para a alma e o corpo... se afasta indo iluminar outro corpo que possua uma alma encarnada; a não ser que a alma (ou seja, o conjunto de tendências persistentes) tenha se desenvolvido de modo a não ser separado da consciência superior, ou espírito.

São bem raros casos de pessoas "eucarísticas", ou seja, cujas almas estão de certo modo vinculadas à centelha espiritual. Tais gentes, com frequência são chamados por "Adeptos da Boa Lei", ou simplesmente "Adeptos".

Costumam ser muito úteis, ajudam a todos, por vezes até se sacrificam em prol do progresso do gênero humano, mas normalmente preferem ajudar sem precisarem se sacrificar no processo.

Quem, de fato, reencarna, é a centelha espiritual, ou Mônada, para utilizar um termo pitagórico). É ela que se mantém intacta entre as diferentes encarnações, se comparada ao corpo que se desfaz e à alma que se desagrega, inevitavelmente.

Quanto mais tempo uma alma demorar para reencarnar, maior a chance de sua degradação se tornar irreversível e ela ser perdida. Mas ao reencarnar, a alma não trará todas as lembranças  e aprendizados de sua vida anterior; mas em linhas gerais, a forma de reagir ao mundo, a inteligência, curiosidade e sobretudo, caráter.

Caráter é um sinônimo de alma e é, também, a característica mais durável deste ente espiritual. Por isso que as doenças de caráter são, a bem dizer, incuráveis.

Quando alguma pessoa de grande valor morre, sua alma pode ser recolhida para regiões astrais que irão reduzir ou impedir que a degradação das memórias e aprendizados ocorra rápido demais. Esse valor não é determinado pelo quanto tal pessoa ajudou ou fez pelas outras; mas pela firmeza de caráter ao longo da vida e pelo grau de sofisticação que exibiu, isto é, o grau de aproximação desta alma à centelha divina (Mônada).

Quanto mais próxima da eucaristia for uma alma, mais valiosa será e mais seres se importarão em guardá-la bem. 

Logo, uma pessoa pode viver em completo isolamento e ainda assim ser, à luz da evolução, muito mais importante do que alguém famoso, que exercia filantropia, descobriu coisas importantes etc.

Fica para uma próxima conversa o quanto o mundo nos convida, cada vez mais, a abdicarmos da busca pela perfeição de caráter e eucaristia a favor de "prêmios" (como likes, inscritos, clientes etc) que fazem sentido na sociedade atual, mas não representam grande coisa à luz da espiritualidade. E o quanto pessoas até bem intencionadas têm perdido encarnações ao se dedicarem excessivamente a tais práticas em detrimento de outras mais espirituais, como o refinamento das atitudes, o predomínio da mente, bondade e intuição em contraposição aos indicadores linguísticos, idiomáticos, iconográficos e semânticos de sucesso cocnebidos à luz de "influeciadores digitais" e grandes corporações. Coisas aí para pensar.

Simbolicamente, a eucaristia tem sido representada pelas princesas dos contos de fadas, que ficam encasteladas, submetidas a torturas, dragões, bruxas malvadas sendo salvas por príncipes encantados em seus cavalos brancos.

A princesa é uma figuração da própria Mônada, ou razão-de-ser das coisas vivas; aquilo que coloca a matéria em movimento e sem a qual há a morte, em todos os sentidos. O castelo é o corpo causal, ou invólucro energético que funciona como interface entre o plano espiritual e o intermediário, ou astral.

Deveria existir um castelo para o príncipe, que representa a alma, com seus instintos domados e purificados (o cavalo branco), que enfrenta o mundo material (os desafios, dragões, bruxas, florestas sombrias etc), até encontrar a princesa. Isto é, se fazer digno dela e com ela "viver felizes para sempre".

Ou seja, eucaristia.

Voltando ao dia em que irei morrer e a impossibilidade de adiantamento dele.

Evidentemente eu serei vítima de alguma coisa idiota. Tipo um alimento estragado, algo bobo, imprevisível e inevitável assim.

Já morri e revivi em vida muitas vezes, mas fisicamente ainda sou o mesmo.

Assim que o cérebro deixa de funcionar, é como um grande reinício de tudo, caso ele seja religado.

A tecnologia médica atual não é capaz de fazê-lo, mas pode ser que daqui a muito tempo isso seja viável. Mas curiosamente, o mundo evoluirá tanto até lá que será mais fácil viver 200 ou 300 anos semprecisar ser revivido;  e depois ter nova encarnação do que morrer e ser revivido.

Ao se desligar o cérebro, os condicionamentos e memórias procedurais que foram implantadas durante a infância serão apagadas. É uma espécie de "reset".

Em nosso tempo, dada a impossibilidade de reviver o cérebro, aquele que morre perderá tudo. Mas falando teoricamente...

Seria, talvez, a única forma de reiniciar os processos emocionais, traumas e impecilhos que nos impedem de vivermos plenamente. Repito - atualmente não há retorno para a morte cerebral e aqueles que o fizerem perderão tudo. Mas, falando teoricamente...

Talvez por estar em constante busca por me tornar alguém mais organizado emocionalmente, sempre bata nesse ponto - de condicionamentos e respostas emocionais que eu não consigo mudar, justamente porque foram implantadas quando eu era um bebê e não há mais como acessá-las para mudança.

Existe, claro, como conviver com elas e agir de uma forma um tanto artificial, como alguem que recusa um copo de bebida por ter noção do seu alcoolismo e das consequências de beber um copo de bebida; e não como alguém que recusa o copo por não ter vontade de beber -  o que é bem diferente.

Olhando na perspectiva do sujeito, o que poderia acontecer comigo se eu morresse?

Talvez eu ganhasse uma nova encarnação, num lugar diferente, cercado por pessoas diferentes das que conheci. Seria uma pessoa totalmente diferente pela ausência dos condicionamentos primários da vida atual e sob influência daqueles da nova vida.

Talvez meus pais seriam pessoas que eu nunca vi nessa encarnação, mas que provavelmente conviveram bastante comigo e entre nós dessa forma, em encarnações anteriores. 

Isso porque assumir nova encarnação para ajudar a família a evoluir, mesmo se oferecendo em sacrifício (o que não significa morrer, pois uma vida difícil acaba sendo, também, um tipo de sacrifício) não é mais possível após o despertar do Mestre Maytréia em 2004. Logo, eu não poderia ser filho de um amigo querido numa nova encarnação para que, sendo obrigado a cuidar de mim, evolua.

Dado o tipo de separação que é observada entre mim e o entorno ao meu redor, é de se imaginar que uma outra encarnação ocorreria distante daqui; no espaço e no tempo. Mas algumas pessoas muito próximas, como a minha esposa e os filhos talvez se manifestassem, também, por lá.

Isso é ser otimista.

Pode ser que a minha evolução espiritual seja insuficiente e após a minha morte eu fique vagando de um lado para o outro; ora interagindo com a realidade atrasvés do plano astral, do umbral ou qualquer coisa assim; seja enfurnado dentro dos meus pensamentos e desejos não realizados.

Como se todo dia fosse o mesmo dia - e um dia ruim, no caso.

Pode ser (duvido) que eu seja revivido em algum lugar que domine a tecnologia necessária para tal e ao despertar por lá, teria me esquecido de muitas coisas, le livrado dos condicionamentos que não consigo mudar hoje em dia, mas pouco saberia dizer sobre os desdobramentos disso. Isso porque nem só a superfície da Terra, à luz de três dimensões corresponde a realidade. Talvez eu seja útil para alguém importante ou para a condução de algum processo espiritual relevante que necessite do meu corpo (cérebro), além da alma. Não sei dizer.

E nunca sabemos, de fato, com quem estamos lidando, isso valendo em primeiro lugar para nós mesmos. Eu mesmo não sei dizer quem sou. Sou Ariomester, pode chamar Ari, mas isso soa falso. É como se existisse mais coisa mas eu fosse incapaz de decodificar a mensagem. Um dia conseguirei, tenho certeza.

Poderia acontecer (provável) que eu seja incorpoado a uma criatura muito mais evoluída que eu, meio que despertando dentro de seu corpo que atualmente está dormindo num lugar muito longe daqui. Para os que ficam, eu desapareceria para sempre - nunca mais teriam vestígio da minha existência. Para a criatura descrita, seria como acordar de um sonho - no sonho ele era um músico fracassado que escrevia coisas absurdas num blog muito estranho enquanto ouvia Banda Calypso.

Isso somente saberemos daqui a muito tempo (assim espero).

Curiosamente, certo tempo atrás eu passei por uma situação em que me vi dentro de tal criatura. Foi interesante - a minha existência era somente um sonho de tal criatura e de certo modo eu era ela e ela era eu - um tipo de pessoa bem grande num lugar muito, muito longe daqui, com construções em pedra, imensos descampados, vales, algo parecido com a Agartha dos orientais... muito curioso.

Curiosamente (parte 2), 5 anos após isso eu tive novo sonho, num dia em que estava passando muito mal e senti que iria morrer (mas como vocês podem ver, eu não morri). Neste sonho eu retrocedia até a infância mais bonita, quando eu tinha 4-5 anos de idade. Era como estar de volta à época, com os sentimentos da época.

Uma menina muito bonita mais ou menos da minha idade, bastante reluzente, como se emanasse luz, algo como uma princesa veio, sentou ao meu lado e me abraçou. Quando isso aconteceu, o mundo inteiro virou luz e eu acordei. Seria algum tipo de eucaristia? Não sei dizer.

Mas desde então é como se eu estivesse sempre acompanhado, ou ligado a algo ou alguém - a menina do sonho. E isso faz com que eu sinta o calor e a luz do sol o tempo todo, mesmo se for de noite, mesmo se estiver frio. Mesmo se eu estiver vivo - é como se estivesse tudo certo, mesmo eu achando que está errado.

É uma sensação muito interessante.


PS - falei muito sobre mim e a minha morte. E a morte de outra pessoa, que não seja eu, Ariomester?

Bom, as regras se aplicam a todos. O que descrevi para mim também pode ser o caso de outras pessoas, ainda que nem todas tenham tantas perspectivas post-mortem como eu acredito ter. Pode ser que algumas sejam revividas por serem úteis em seu corpo atual em outro lugar (ou não). 

Pode ser que sejam assimiladas, ou desapareçam assimiladas por consciências maiores que a sua própria, como se fossem sonhos, pesadelos ou devaneios de tais seres em sues Tronos.

Pode ser que não encarnem mais e acabem por ser dissolvidas por inatividade astral e afastamento da Mônada (acredito que seja o caso de até 97% da população atualmente, mas é uma suposição, posso estar errado em relação ao percentual).

Pode ser que reencarnem, levando para a nova vida apenas as tendências, afetos e desafetos da vida anterior. Se viveram intensamente, a intensidade norteará suas vidas. Se odiaram intensamente, nascerão num lugar repleto de ódio; se amaram intensamente, reencarnarão em famílias ou situações amorosas; se buscaram e desenvolveram sua inteligência, terão imensa facilidade de estudar e desenvolvê-la ainda mais; se agiram sem pensar, de forma egoísta ou negligenciando a inteligência (priorizando prazeres e instintos), terão imensa dificuldade em aprender e agir racionalmente.

Se uma pessoa mata outra, é criado um vínculo tão forte quanto o nascimento. Talvez uma se torne filha da outra na próxima encarnação e briguem indefinidamente. Talvez o ódio e as agressões aproximem mais que afastem as pessoas, sendo o oposto do amor não o ódio, que é coisa bem distinta de amar, mas o descaso. 

Coisas para pensar.