A bola da vez é uma discussão sobre legalização de aborto para gestações de 6 meses ou mais. Como muito que acontece nas redes sociais durante a semana vai ser muito falado, mas daqui a uma semana ninguém lembra que aconteceu.
Na verdade, tudo tem sido palco para exibições de dois padrões de comportamento.
Um deles é o comportamento "polarizado", independente do espectro político no qual a pessoa se enquadra. É literalmente a mesma coisa: você pode substituir um militante por outro e vai dar na mesma.
Se pedir para dois militantes de posicionamento antagônico escreverem a opinião sobre o progresso e desenvolvimento da humanidade, o raciocínio será exatamente igual, em linhas gerais e termos conceituais. Seria quase impossível distinguir um do outro.
Nós, seres humanos, temos uma capacidade surpreendente de identificar e guardar pequenas diferenças em padrões de comportamentos. Nenhuma outra espécie é tão dependente do comportamento e nuances comportamentais quanto seres humanos.
Pode parecer radicalmente diferente uma pessoa ligada à religião cristã fazendo um espetáculo bizarro em defesa da famigerada lei antiaborto e supostas intelectuais defendendo a unhas e dentes o direito de as pessoas abortarem.
Vamos investigar um pouquinho superficialmente em ambos os casos e isso revelará que se trata do mesmo tipo de gente. As pequenas diferenças comportamentais parecem aos olhos humanos grandes divergências, quando na verdade se trata do mesmo tipo de gente.
Efeito semelhante acontece quando se viaja de avião ou se brinca em parque de diversão. O enorme momento de inércia de uma aeronave, ou de um brinquedo de parque de diversão em relação a nossa massa, faz com que pequenas variações de aceleração e direcionamento da aceleração nos faça sentir grande perturbação fisiológica. Isso nos leva a crer que estamos experimentando uma movimentação drástica e radical quando na verdade, se visto de fora, a movimentação foi até bem suave.
O segundo tipo de ser humano que temos visto são pessoas que não tomam partido de nada.
Dentre eles existem dois tipos de pessoas: aquelas que não tomam partido porque não são capazes de tomar partido de nada devido à incapacidade cognitiva e intelectual, são esmagadora a maioria na humanidade.
E aquelas que se tornam neutras ou preferem não se envolver em polarização alguma, porque entendem que se trata de uma tremenda idiotice.
São duas humanidades: isso porque com o passar dos anos restarão apenas dois grupos dentre esses quatro. Um deles governado pela polarização e que atrairá a maioria das pessoas; e o outro, pode-se dizer se tratar de uma reunião de pessoas que não têm interesse em polarização alguma.
Com o passar dos anos, será cada vez mais difícil evitar ser atraído para algum desses dois lados. Mesmo pessoas que atualmente se posicionam de uma forma isenta ou até mesmo aversa à polarização acabarão sendo atraídos para ela em algum momento.
E desse ponto em diante é uma viagem sem volta.
É como uma virose forte, ou alguma doença que uma vez contraída não há ponto de retorno. E infelizmente não há nada que possamos fazer para que esse quadro seja revertido.
Pode ser uma questão como essa da lei sobre o aborto, que excita o emocional de uma pessoa já predisposta a fazer parte de uma humanidade polarizada e essa seja a gota d'água para que ela entre nessa vibração, por assim dizer. Uma vez dentro, não há saída.
Não faltarão oportunidades para que as pessoas se contaminam e adentrem essa seara curiosa e tosca da polarização.
Do outro lado, as pessoas que formarão a outra humanidade não são aquelas que resistiram bravamente aos seus instintos durante as discussões polarizadas que temos visto. Ao contrário, são pessoas naturalmente inertes a esse tipo de discussão.
Para elas é fácil permanecer no meio polarizado, mas é difícil se tornar polarizado. O seu emocional, por mais que seja excitado por uma discussão ou outra mais polêmica, não reage a ponto de fazer com que a pessoa seja convertida num grupo de pessoas polarizadas como existem aos montes.
Essas pessoas têm uma dificuldade grande em enxergar as outras como inimigas. Para elas, todos são amigos, ou amigos em potencial.
Essa é a grande distinção entre os dois grupos que acabarão separarados geograficamente, evento iniciado até a metade do século 21. Com o passar dos anos essa separação produzirá um efeito muito interessante e muito rapidamente: a pequena humanidade prosperará de uma forma inimaginável mesmo perante os mais otimistas e visionários autores de ficção científica. E a outra humanidade permanecerá mais ou menos estacionada no ponto onde está.
Ao longo das décadas e posteriormente dos séculos, a grande humanidade mudará nada ou muito pouco em relação ao que é hoje, enquanto a pequena humanidade vai acelerar exponencialmente seu desenvolvimento. Por exemplo, na pequena humanidade, as crianças conhecerão seus pares ou formarão casais formais logo ao nascerem, ou ainda crianças.
Não por imposição cultural familiar, mas pelo karma. Entre essas pessoas será totalmente normal conviverem junto da sua chamada alma gêmea desde o nascimento, ou perto disso. Por essa dualidade é que esse serão considerados para todos os efeitos uma espécie de andróginos latentes.
Esse tipo de situação moldará os hábitos e regras desse grupo, que se converterá em admiradores do karma positivo, por assim dizer. Aos olhos da humanidade atual, seriam algo místicos, admirando e ser pautando por eventos invisíveis que governam os destinos.
Assim, por exemplo, alguns não mudarão de domicílio, mesmo que existam melhores condições de vida, pois tal mudança poderia perturbar o karma. Da mesma forma, outros poderiam mudar justamente pois sua presença perturbaria o karma.
A percepção deste karma não é realizada a partir de convenções sociais e culturais, mas um tipo de percepção extra sensorial (comparando à atualidade). A vivência do androginismo, conforme mostrado acima, que nada tem a ver com gays ou pessoas trans, trará como uma de suas consequências o aguçamento de sentidos latentes, como a percepção direta do karma.
Na grande humanidade será diferente. O dimorfismo sexual torna-se a cada vez maior assim como aumentará o esforço das pessoas e tentar minimizar a enorme separação de gênero que está acontecendo, através de atitudes que visam dissolver a identidade de gênero e consolidação do núcleo familiar, como medida desesperada de um grupo cada vez menos andrógino e menos independente de diverasas manifestãoes familiais.
Além disso, viverão num mundo um pouco pior do que o que conhecemos pois a leveza do mundo que vivemos se deve ao fato de pessoas não polarizadas estarem tornando o mundo mais leve, mesmo que seja carregando um pouco dos seus problemas nas suas costas. E ao abandonarem esse mundo deixarão todo o seu peso nas costas dos que ficarem para trás.
Não haverá nenhum tipo de conflito atroz entre os dois grupos pois eles apresentam tendências sumamente diferentes. Um grupo simplesmente não terá interesse no outro e fará todo esforço para que fiquem bem separados.
Como eu disse, já fui uma pessoa boa, mas hoje em dia é muito difícil.
Vejo esforços sinceros de várias pessoas tentando esclarecer umas as outras em relação a essas questões que tem sido muito debatidas na sociedade, como a lei antiaborto que provavelmente está cobrindo alguma votação extremamente importante do congresso nacional que não poderia ser falado às claras para não gerar uma polêmica justificada ainda maior; ou talvez como uma medida de enfraquecimento da base do governo a favor de alguma votação ou mesmo das eleições municipais deste ano.
Eu não vou esclarecer ninguém.
Se querem ficar dentro de um buraco escuro, por mim que fiquem por lá.
Não tenho interesse em esclarecer e nem iluminar ninguém, em absoluto. Se querem continuar discutindo da forma como estão fazendo, que façam bem longe de mim.
Num futuro próximo, desaparecerão as fronteiras interpessoais. Devido às tecnologias de informação, será possível a uma pessoa ficar o dia todo junto de outra, através de um tipo de teleconferência holográfica. Nesta conferência, tanto as pessoas poderão ver aquelas que desejarem, quanto organizarão aquilo que estão vendo.
Por exemplo, os filhos irão à escola, mas terão seus pais de forma holográfica ao seu lado, podendo optar se estarão visíveis para os demais na sala, ou não.
Futuramente, pessoas que até morreram serão reconstruídas digitalmente, de modo que será possível conviver com elas, de forma holográfica, como se estivessem ali presentes, com todas as suas memórias, jeitos, trejeitos, limitações e preconceitos de seu tempo.
Na pequena humanidade, esse tipo de tecnologia será utilizada para aproximar as pessoas, estudar, divertir, aprender e ensinar. Na grande humanidade, para explorar, subjulgar, fiscalizar. E ambos os lados acharão bom!
E acharão tenebrosa a visão do outro grupo.
Isso já existe, de forma embrionária, na humanidade atual. Veja quantas pessoas se sentem agradecidas por perderem o emprego, serem abusadas no trabalho, na igreja, mas relações interpessoais... o que para uma minoria soa pavoroso.
Enquanto para um outro grupo é diferente. Para eles, estar perto de quem amamos o tempo todo é a coisa mais importante dentre todas. Aos olhos da grande humanidade, isso é mimar crianças e torná-las pessoas fracas e sem valor.
Para a pequena humanidade, isto é, na verdade, um atestado de boa índole e humanidade. Ou seja, grupos antagônicos que não querem mais viver juntos. E que não farão guerra um contra o outro porque não existe interesse ou recurso natural em disputa.
E observe como as pessoas já nascem predestinadas a fazer parte de um grupo ou outro, cabendo ao ambiente realizar a seleção.
Eu demoro um pouco, mas praticamente sempre encontro o Mestre Arabel nas coisas do mundo. Tipo uma separação de humanidades, ou em outras palavras, a formação de uma humanidade do Quinto Sistema de Evolução.
Coisas aí para refletir bastante...